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Setor relojoeiro reflete conjuntura favorável

Empregados da relojoaria são cada vez mais especializados. Keystone

A relojoaria e a microtécnica estão muito bem, como demonstra o número recorde de empregados do setor no ano passado.

Os efetivos se aproximam dos números de 25 anos atrás, época em que a relojoaria saiu da terrível crise dos anos 70.

Em 30 de setembro do ano passado, o setor relojoeiro e microtécnico tinha 41.728 empregados, em alta de 4,3% em relação a 2004.

Depois de vários anos em que os efetivos estiveram em torno de 40 mil trabalhadores, a alta é significativa, afirma a Convenção Patronal da Indústria Relojoeira suíça, ao publicar suas estatísticas, quarta-feira, 21 de junho.

Dados comparáveis foram registrados pela última vez em 1981, quando havia 45.885 empregados. Na época, a curva do emprego era descendente, explica a organização patronal. O setor estava então em plena reestruturação e passou de 90 mil empregados em 1970 a 30 mil em 1987.

Quanto ao número de empresas, a tendência é a estabilização, mesmo se quatro empresas novas surgiram no ano passado. No total, o setor tinha 593 no final de setembro de 2005.

Grande concentração

A grande maioria do efetivo (91,4%) concentra-se no chamado arco jurassiano, que compreende sete cantões da região oeste da Suíça.

Neuchâtel encabeça a lista (11.142 trabalhadores, ou seja, 26,7%), seguido de Berna (8.684 ou 20,8%) e Genebra (7.111 empregados, 17%). Em seguida vêm Jura (4.078), Solothurn (3.688), Vaud (3.454) e Basiléia (902).

Fora dessa região, somente o Ticino (1.278 empregados), Valais (547) Schaffhouse (428) e Friburgo (248) têm uma atividade relojoeira significativa, precisa a Convenção Patronal.

Como a indústria relojoeira emprega essencialmente pessoal de produção, três quartos dos empregados (74,3%) trabalham dentro das empresas e 1,2% a domicílio. A administração absorve 21,1% dos empregados e 3,4% ocupam cargos de direção.

A proporção de homens e mulheres não é muito diferente, com 54,3% de trabalhares e 45,7% de trabalhadoras.

Qualificação é essencial

O nível de formação é cada vez mais importante nessa indústria que se concentra sobretudo nos relógios caros. Atualmente, 8,4% dos empregados na produção têm formação superior e 42% têm um diploma profissional (CFC suíço ou equivalente estrangeiro).

O número de pessoas não-qualificadas ou semi-qualificadas diminui. Eles são 47,9% na produção e 39,1% do total do pessoal.

A exemplo do que ocorre na construção civil, o setor relojoeiro tem uma ampla cobertura social. A convenção coletiva de trabalho (CCT) do setor abrange 83,8% dos trabalhadores de 416 empresas (70,2%), com um total de 34.767 empregados.

swissinfo com agências

Em 2005, a indústria relojoeira suíça teve um faturamento recorde de 12,3 bilhões de francos suíços.
No mesmo período, o setor empregava 41.728 pessoas, 4,3% a a mais do que em 2004.
Em 1970, havia 90 mil empregados na relojoaria, na Suíça. Em 1985, eram 45 mil.

A história recente da relojoaria suíça pode ser resumida em três grandes fases:
1949-1970: alto crescimento. No seu apogeu, o setor tinha mais de 1.500 empresas e 90 mil empregados.

1971-1974: forte crescimento da economia e inflação. Automatização da produção com perda de 15% dos efetivos.

1975-1983: crise econômica e crise da relojoraria, com a chegada do relógio a quartzo. Metade das empresas e dos empregos desaparecem. Racionalização e automatização da produção. Os custos de fabricação diminuem e a produção aumenta.

Desde 1984, o número de empresas e de empregos se estabilizam.

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