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Sindicatos querem dividir o bolo do crescimento econômico

A boa conjuntura deve beneficiar a todos, afirmam os sindicatos. RDB

A boa conjuntura econômica atual não pode beneficar apenas os patrões e altos executivos. A central sindical Trabalho.Suíço reivindica aumentos salariais que vão de 2 a 4%, conforme o setor.

Os sindicatos destacam que as perspectivas continuam excelentes e que a carteiras de pedido das empresas continuam cheias.

“É justo que as trabalhadoras e trabalhadores também provem do fruto do crescimento do qual são os artesãos”, afirmou segunda-feira (06) Suzanne Blank, responsável de política econômica da central sindical Trabalho.Suíço.

“Entre 2004 e 2006, o produto interno bruto (PIB) cresceu 6,7% e as perspectivas continuam excelentes, explicou a sindicalista. Mas, ao mesmo tempo, as remunerações reais não mudaram, segundo o índice nacional de salários.”

Este demonstra, de fato, que os salários estão estagnados nos últimos três anos. A taxa de crescimento salarial real foi 0,1% em 2004, -0,2% em 2005 e de 0,1% em 2006.

Em compensação, “a pressão exercida nos locais de trabalho não diminuiu, constatou Suzanne Blank. As últimas demissões coletivas e reestruturações aumentaram a carga dos que restam e as empresas só recomeçaram a criar novos postos de trabalho no outono passado, menos de um ano atrás.”

Salários exorbitantes

Trabalho.Suíço denuncia também a diferença entre os salários dos executivos e os dos trabalhadores, diferença que não cessa de aumentar. Como exemplo, é citada uma relação 1 a 700 entre a remuneração mais baixa e a mais alta no banco Crédito Suíço, segundo grupo mais importante do setor.

Um estudo da central sindical em 28 empresas constatou que os patrões se concederam aumento médio de seus ganhos de 19%. Os altos executivos tiveram aumentos médios de salários de quase 66%.

A organização sindical cita os últimos dados da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que demonstra que o fosso salarial aumenta de maneira mais marcante na Suíça do que nos demais países europeus.

Os bônus arbitrários

Os sindicatos reivindicam então aumentos para o conjunto dos trabalhadores. “As mudanças no sistema de remuneração introduzindo os aumentos individuais, o salário segundo o desempenho e os bônus são calculados sob medida para os executivos e os patrões”, sublinha Susanne Blank.

Quanto aos empregados, os bônus que recebem são “simpáticos” mas não são duradouros e, sobretudo, não podem substituir os aumentos salariais regulares, adverte a central sindical.

No que diz respeito aos salários por desempenho, Trabalho.Suíço constata que eles exigem grandes competências de avaliação do superior hierárquico para não cair no arbitrário. Segundo os sindicatos, eles tendem a ter “efeitos secundários nocivos”, principalmente no ambiente de trabalho.

Parceria social a rever

Trabalho.Suíço adverte contra o desmantelamento social, baseado na Suíça na Suíça no sistema de convenções coletivas de trabalho (CCT), considerado como o sustentáculo do ‘modelo suíço’.

“Os exemplos se multiplicaram nos últimos anos, da anulação da CCT por organizações patronais (construção civil e imprensa, por exemplo) à revisão de princípios de base das CCT (Correios, Swisscom)”, denuncia a central sindical.

Para Susanne Blank, essa evolução ameaça o modelo que deu certo na economia suíça e abre o caminho para uma desmotivante degradação das condições de trabalho.

swissinfo com agências.

Segundo uma comparação internacional feita pelo banco UBS (maior do país), o salário-hora médio e líquido (depois das deduções de imposto e encargos sociais)em Zurique é o mais alto do mundo: em 2006, era de 16,20 euros (26,50 francos); o salário-hora bruto era de 21,50 euros (35,50 francos)

Os salários brutos eram mais altos apenas em Copenhague (22,30 euros) e em Oslo (22 euros). No entanto, depois das deduções de impostos e encargos, dinamarqueses e noruegueses dispõem de menos dinheiro do que os habitantes de Zurique.

Em salário-hora líquido, o segundo lugar mundial é Genebra, com 15 euros (24,50 francos). Seguem-se Oslo (14,40 euros), Nova York (13), Luxemburgo (12,80), Los Angeles (12,60) e Londres (12,50).

Nos países vizinhos da Suíça, os salários-hora líquidos são mais baixos: Berlim (12,60 euros) Viena (10,60), Paris (9,0), Roma (6,50).

Salário mensal médio e bruto na Suíça: 5.500 francs.

Indústria: 5.727 frs.
Química: 7.273 frs.
Indústria têxtil: 4.768 frs.
Serviços: 5.411 frs.
Seguros e finanças: 7.425 frs.
Informática: 6.500 frs.
Hotelaria: 3.825 frs.

(Enquete sobre a estrutura de salários 2004, Secretaria Federal de Estatística)

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