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Suíça apostou em tratados bilaterais em 2007

Doris Leuthard, ministra suíça da Economia, em recente reunião da EFTA. Keystone

Diante do impasse na rodada de Doha na OMC, a Suíça busca novas saídas. 2007 foi marcado pelo início de negociações comerciais com Japão, Israel, Peru e Colômbia.

Entrou em vigor um tratado de livre-comércio (TLC) com o Egito e começaram os contatos com vistas a um futuro acordo com a China.

A economia suiça deve grande parte do que ao comércio exterior. Costuma-se dizer que a cada dois francos que se ganha no país, um vem do estrangeiro.

Daí que diante do impasse na Rodada de Doha – iniciada em 2001 pelos 150 países-membros da Organização Mundial do Comércio (0MC), sediada em Genebra – o governo suíço busca saídas paralelas para que o país continue a crescer.

As dificuldades na OMC estão ligadas ao tema sensível da liberalização do comércio agrícola. Resumidamente, os países em desenvolvimento querem maior acesso aos mercados para seus produtos enquanto o desenvolvidos como Suíça e França defendem seus agricultores.

As negociações que se arrastam por mais de seis anos, levaram a Suíça a procurar alternativas.

O Japão está na mira

Suíça e Japão têm muito em comum. O valor agregado de seus produtos, produtividade muito alta e um setor de serviços que lhes permitiu ter economias sólidas e rentáveis.

Para a Suíça, o Japão é um parceiro atraente pois se trata da segunda economia mundial, depois dos Estados Unidos. As negociações começaram em janeiro passado e um tratado de livre-comércio pode ser concluído até meados de 2008.

O Japão é um mercado de 127 milhões de consumidores potenciais com o qual a Suíça pode manter uma balança equilibrada, já que as duas economias são complementares. Os japoneses vendem carros e produtos eletrônicos e a Suíça suas máquinas, medicamentos e alimentos.

Israel e China

Em março, em Jerusalém, uma delegação suíça chefiada pelo secretário de Estado para a Economia, Jean-Daniel Gerber, e composta de diretores de grandes empresas, manifestou o interesse em expandir um acordo TLC que a Suíça já tem com Israel.

A delegação suíça discutiu com vários ministros israelenses e também com dirigentes do Banco Central, visitou o Institituto de Pesquisa Científica Wiezmann, em Tel Aviv, e falou da expansão do comércio de medicamentos. Os resultados devem ser observados em 2008.

Em abril, a ministra da Economia, Doris Leuthard, anunciou a intenção de também negociar um ambicioso acordo de livre-comércio com a China.

Os contatos ainda são informais mas um acordo com um mercado dessas proporções perminitiria que a Suíça triplicasse seu comécio, meta ambiciosa à qual não renunciará.

Prioridade na América Latina

Em abril, a Suíça anunciou formalmente negociações de acordos comerciais com Peru e Colômbia.

“Há uma crescente evolução das exportações suíças (produtos químicos e farmacêuticos) em ambos os países e observamos um grande potencial para biotecnologia e máquinas”, afirmou a ministra da Economia Doris Leuthard.

Neste caso, a Suíça não negocia unilateralmente mas junto com seus parceiros (Noruega, Islândia e Liechtenstein) da Associação Européia de Livre-Comércio (EFTA na sigla em inglês).

As negociações começaram em agosto. Para a Colômbia, é fundamental ampliar mercados e multiplicar suas exportações. A Suíça é uma grande oportunidade, afirmou a swissinfo Lucy Samper, porta-voz do Ministério do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia.

Também nos interessa o potencial turístico que temos para os suíços e a comercialização de pedras e metais preciosos, acrescentou.

Por sua vez, a Suíça está interessada em exportar máquinas, produtos químicos e farmacêuticos.

O Peru tem a economia que mais cresce atualmente na América Latina (6% ao ano, o dobro da Suíça), com inflação que se aproxima dos níveis europeus (menos de 5% ao ano). O Peru exporta metais e a Suíça suas máquinas.

No segundo trimestre de 2007, houve três rodadas de negociação – uma na Colômbia, outra no Peru e a terceira na Suíça.

Foram abordados temas como acesso a bens industriais, agriculturua, normas sanitárias, solução de controvérsias, regras de origem, investimentos e propriedade intelectual. Está prevista para o próximo mês de maio a conclusão de um acordo.

Acordo com o Egito

O Egito foi outro protagonista para a Suíça em 2007. Dia 1° de agosto entrou em vigor um acordo agrícola que suprime 70% das barreiras alfandegárias no comércio entre a Suíça e o Egito.

No mesmo dia também começou a vigorar um acordo de livre-comércio entre o Egito e a EFA, negociado em 2006. Foram eliminadas as barreiras comerciais, o que tornou as máquinas suíças 35% mais baratas no Egito, o mesmo ocorrendo com medicamentos e material bélico.

Em contrapartida, a Suíça comprará do Egito frutas, legumes e têxteis até 40% mais baratos. Para a Suíça, o país é interessante porque desde que começou sua abertura econômica, em 1994, mais de 300 empresas foram privatizadas e os egípcios têm um poder aquisitivo cada vez maior.

swissinfo, Andrea Ornelas

A Suíça é ativa defensora de tratados bilaterais de livre-comércio. A maioria é negociada através da Associação Européia de Livre-Comércio (EFA), bloco comercial fundado em 1960, cujos membros atuais são Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

A Suíça prevê negociar em 2008 um tratado de livre-comércio agrícola com a UE que, se concluído, entraria em vigor em 2011. Há resistências dos agricultores suíços.

O Golfo Pérsico é outra região que atrai empresas suíças. Em 2008 estão previstas negociações para um TLC com Oman.

Japón es el tercero socio comercial de Suiza después de la UE y EEUU.

Colombia cuenta con 45 millones de habitantes y Perú con 28 millones, un interesante mercado potencial para Suiza.

Egipto cuenta con un PIB por habitante de 4.920 dólares, 5 veces inferior al suizo.

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