Suíça quer acordo eqüitativo na OMC
"Seria inimaginável a Suíça ficar fora de um consenso final na OMC." A posição é do ministro da Economia, Joseph Deiss, antes da Cupula de Cancún, no México.
O ministro dá a entender que a Suíça poderá fazer concessões na Agricultura para que as negociações progressem em outros setores.
Se a Suíça ficasse fora de um acordo, isso seria prejucial para o conjunto da economia e, portanto, também aos agricultores. Para subvencionar a Agricultura, é preciso uma economia em crescimento e finanças saudáveis.
Advertência aos agricultores
A posição oficial do governo suíço, expressa pelo ministro da Economia, Joseph Deiss, é uma advertência aos agricultores suíços, contrários ao entendimento já concluido entre os Estados Unidos e a União Européia a respeito das negociações agrícolas na Conferência Ministerial da OMC, em Cancún, de 10 a 14 de setembro.
Deiss vai dirigir a delegação suíça na conferência do México e falou à imprensa quarta-feira, 27. Ele advertiu agricultores e ongs suíças contra a ameaça de organizar um referendo, se um acordo desfavorável for firmado na OMC.
O ministro disse que é preciso um acordo “eqüitativo” mas admitiu que a Suíça está disposta a continuar a liberalização da agricultura, segundo o plano estabelecido para o período 2004-2007 e ir inclusive mais além.
De fato, a época de ouro da agricultura suíça já passou. Durante muito tempo, a autonomia alimentar foi tida como estratégica, o que justificava as subvenções maciças.
Outras formas de proteção
Depois que a produção deixou de ser diretamente subvencionada há dez anos, 20 mil propriedades deixaram de produzir. Os estímulos agora são para a produção menor, com métodos mais ecológicos, a manutenção da paisagem e as exportações.
Na coletiva de quarta-feira, Deiss disse ainda que existem outros fatores a serem melhorados como extender a zonas de delimitação geográfica (que já existem para os vinhos) a outros produtos como queijos e carnes.
O ministro da Economia teme que se a questão agrícola não avançar na Cúpula de Cancún, as outras negociações também fiquem bloqueadas. Esse atraso é considerado “inquietante”.
Investimentos e patentes
O governo suíço está particularmente interessado no avanço das negociações para um acordo de investimentos.
A questão do acesso dos países pobres aos medicamentos também está na pauta. Deiss lembrou que a Suíça é favorável e já decretou uma moratória unilateral, renunciando a atuar junto à OMC contra os países que exportam remédios para combater epidemias em países mais pobres, apesar do direito de patente.
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