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Suíços não faltam ao Salão Internacional de Milão

Prateleiras vazadas e com dimensões diferentes, swissinfo.ch

Milão abre as suas portas para o mundo do design e espalha sofás e cadeiras pelas ruas e praças da cidade.

Os suíços já são de casa e participam sem cerimônia.

Os vizinhos helvéticos, como sempre, não faltaram ao chamado do Salão Internacional do Móvel. Pela primeira vez o Salão acontece na nova Feira de
Milao, em Rhor, numa estrutura hiper-moderna, de vidro e aço, concebida pelo arquiteto Massimiliano Fuksas.

O Salão dos jovens

Design, moderno, clássico estão lado a lado. Porém, mais uma vez, o que chama muita atenção e curiosidade é o Salão Satélitte, aquele dedicado aos jovens artistas e escolas de desenho industrial de 34 países dos cinco continentes.

O enorme espaço tem como objetivo apresentar protótipos ou recentes criações que já estão em vias de produção ou ainda não encontraram um parceiro industrial para desenvolver uma fabricação em série do produto.

Em meio a este cenário está um dos produtos do SchilindlerSalmeron Estudio, de Margarita Salmeron Espinosa e Christoph Schilindler, fundado dois anos atrás, em Zurique. Eles trouxeram uma solução criativa para quem vive em quartos estreitos, com pouco espaco para um armário.

Solução exclusiva para espaço exíguo

O objeto é simples e funcional, formado apenas por uma haste de aço inoxidável presa à parede, paralela ao chão, mas com o número de fissuras igual ao número necessário de cabides do cliente.

“Os cortes verticais, de precisão suíca, a laser na barra que, ao final, se transforma numa espécie de fita métrica involuntária criando um efeito visual”, explica Margarita Espinosa a swissinfo. A solução, por ser personalizada, rende o objeto exclusivo.

De Genebra desembarca a estante modular de Berangere Villeval. As prateleiras vazadas e traçadas com dimensoes diferentes, imprimem e projetam um desenho na parede na qual ela está encostada. E “escapam” pelas laterais quando o tamanho excede ao do caixote que as contém. Deste forma criam-se novos espaços úteis, para apoiar um objeto ou mesmo para sentar nos “andares” mais pertos do chão.

Luxo em objetos triviais

Big Game volta com a força da criatividade e da ironia ao Salão, desta vez para dourar, literalmente as pílulas, ou melhor, os produtos de consumo de massa.
Objetos triviais do dia a dia sofrem uma irreverente interferência do trio de designers da Bélgica, França e Suíça, baseado em Lausanne.

Uma simples caneta Bic ganha um tampo de ouro. O mesmo acontece com o acendedor de um isqueiro ou com a presilha de um relógio ordinário de plástico. O ouro resplandece e valoriza itens de alto consumo dando a eles uma nova interpretação e fazendo a alegria do novo-rico que não precisa mais ter apenas uma Montblanc dourada original, já que pode ter uma Bic dourada, mais do que estilizada.

Não interferir no espaço

Dois jovens designers da Basiléia apresentaram matérias para escritório e espaço público como jardins e varandas. O princípio dos objetos da Fashionsteel é o de interferir o menos possível na paisagem e no ambiente. Quase com se um banquinho fosse invisível e tivesse vergonha de ser notado, mas não usado. Produtos minimizados à sua essência para não desperdicar espaços preciosos.

Ao evento principal do Salão do Móvel se agregam outros 350 que fazem parte de um roteiro alternativo pela cidade. E um dos itinerários quase obrigatórios é uma visita ao Centro Cultural da Suíca, já famoso neste período por abrigar mostras e exposições helvéticas de prestígio.

Desta vez os suíços quiseram revelar por quem os sinos dobram, através das obras do Atelier Oi, de La Neuveville, de Aurel Aebi, Armand Louis e Patrick Reymond. Uma composição visual de cordas no chão e de tubos de alumínio suspensos na sala se transforma em uma sinfonia quando ambos os elementos são interagidos pelo visitante.

A gaiola do “maestro”

Grandes bobinas realizadas com escota servem de base para um insólito lustre que lembra uma gaiola oriental. Juntos eles criam uma só peça, com as partes unidas por um cabo na posição vertical que desempenha, ao mesmo tempo, a função de badalo.

Ao tocar nos tubos, dependendo da intensidade e da direção do movimento, as notas musicais irão cortar o silêncio da sala, graças às dezenas de cilindros cortados em tamanhos diferentes. A gaiola vira um sino e, independentemente dos dotes e conhecimentos musicais do ‘maestro’, a harmonia é garantida.

O segredo desta curiosa instalação é a peca de design, realizada com materiais tradicionais, está em dar rigidez ao material maleável. Vazia no seu interior, a bobina de cabos se sustenta graças ao desenho em tranca e a um fio de metal que corre no interior da escota. Com um pouco de criatividade até a lei da gravidade é obrigada a se render diante das evidências.

A exploração de novas técnicas artesanais unidas à tecnologia asseguram a qualidade do produto final. O Salão do Móvel é a vitrine mundial para uma sincera prestação de contas entre o consumidor e os criadores dos objetos nossos de cada dia. E os suícos, mais uma vez, deram conta do recado.

swissinfo, Guilherme Aquino, Milão

2.549 expositores
200.000 visitantes
200 mil metros quadrados de area ocupada
De 5 a 10 de abril, das 10 às 19 horas, em Rho

– O Salão Internacional de Milão está na 45a edição e traz ainda os pavilhões dedicados à Cozinha, Banheiro e Escritório.

– Empresas e designers suíços são presença obrigatória no Salão.

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