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UBS espera lucros “menores”

Peter Kurer explica aos acionistas os planos futuros do UBS. Keystone

Em meio à crise financeira, surgem os primeiros sinais de volta à normalidade. O maior banco suíço anuncia, durante uma assembléia geral extraordinária na Basiléia, lucros "pequenos" no terceiro trimestre.

O UBS havia tido três trimestres com prejuízo e perdas totalizando 45 bilhões de francos suíços.

O UBS publicou durante uma assembléia geral extraordinária organizada hoje (2.10) um boletim de saúde positivo quanto à sua recuperação. Ele prevê lucros “fracos” no terceiro trimestre de 2008 e uma recuperação “modesta” no ano que vem, segundo palavras empregadas pelo próprio banco.

Na sua mensagem dirigida aos 2.400 acionistas presentes, o presidente do UBS Peter Kurer se mostrou otimista. Além de sair do vermelho entre julho e setembro, após quatro trimestres consecutivos de prejuízo (e 22 bilhões de francos de perdas acumuladas), ele indicou que o UBS havia “fortemente” reduzido sua exposição ao mercado hipotecário americano.

Todavia essas previsões estão ainda baseadas em estimativas, ressaltou o sucessor de Marcel Ospel. A recuperação do primeiro banco suíço chega, de fato, em um contexto de grande volatilidade nos mercados financeiros, ainda em suspenso à espera da aprovação do plano de salvamento do setor pelo Congresso americano.

Restabelecer a reputação

Frente à tempestade das três últimas semanas, “o UBS conseguiu manobrar habilmente entre os transtornos atuais”, declarou Peter Kurer. Em um ano, o banco conseguiu reduzir seu balanço consolidado de 500 bilhões para dois bilhões de francos suíços.

No seu posto desde abril, Peter Kurer repitiu que o UBS está entre os bancos mais capitalizados no mercado. Além disso, o executivo insistiu sobre a necessidade de fidelizar uma clientela que havia perdido confiança nos últimos dias. “Queremos estabelecer inteiramente a nossa reputação até o final de 2010”.

Peter Kurer aproveitou a assembléia para falar da reorganização do UBS. Ele afirmou que a revisão estratégica anunciada em agosto já está concluída, com a criação de três divisões autônomas dotadas de uma autoridade e de uma responsabilidade operacionais reforçadas.

Tirar lições da crise

Nessa direção, o UBS realizou um “programa de mudança com vistas a se reposicionar no mercado”. O banco pretende aplicar medidas corretivas tirando lições da crise de crédito ocorrida nos Estados Unidos, em particular na maneira de estabelecer e atribuir a capacidade e gestão de risco.

O anúncio de lucros “fracos” no 3° trimestre de 2008 chegou mesmo a surpreender os analistas, dos quais muitos esperavam uma perda de quase meio bilhão de francos. A bolsa de valores na Suíça respondeu positivamente à notícia com uma valorização de 9% das ações do UBS às 11 horas da manhã, com uma alta geral de mais de 1%.

Segundo os representantes do banco, os lucros anunciados significam que novas correções de valores foram efetuadas, por um montante estimado entre 1 e 3 bilhões de dólares, mas inferior a 2 e 5 bilhões. As contas do UBS no 3° trimestre serão publicadas em 4 de novembro.

Quatro administradores

Após o discurso de Peter Kurer, os acionistas elegeram quatro novos membros do conselho de administração. O principal objetivo é aumentar as competências do conselho. Dentre eles, Bruno Gehrig, antigo vice-presidente do Banco Nacional Suíço, considerado por muitos analistas como um excelente comunicador e também conhecedor experiente do mercado financeiro.

Os acionistas aprovaram também o americano Sally Bott, membro da direção do grupo petroleiro britânico BP, Rainer-Marc Frey, fundador e presidente da sociedade especializada em firmas não cotadas Horizon21, e o americano William Parett, chefe até 2007 da sociedade Deloitte Touche
Tohmatsu.

swissinfo com agências

O UBS é um dos maiores administradores de fortuna do mundo e banco de investimentos.
O banco tem filiais em 50 países.
Número de funcionários: 80 mil
Soma das fortunas administradas pelo UBS: 3,1 trilhões de francos suíços (2007)
Faturamento: 31 bilhões de francos (2007)
Lucro: 5,2 bilhões de francos (2007)

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