Zurique: a cidade com mais qualidade de vida no mundo
Zurique continua sendo o melhor lugar do mundo para se viver segundo uma pesquisa da empresa de consultoria internacional Mercer. Genebra e Berna continuam na lista das dez melhores.
Essa é a sétima vez em seguida que a maior metrópole helvética fica em primeiro lugar, uma distinção bem-vinda pelos governantes e sua comunidade empresarial.
O centro financeiro da Suíça bateu todas as outras 215 cidades no mundo na pesquisa 2008 de qualidade de vida realizada pela empresa de consultoria internacional Mercer Consulting.
Brigit Wehrli-Schindler, chefe da Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Zurique, afirma que a cidade ficou muito satisfeita com os resultados. “Estamos fazendo um grande esforço para assegurar a liderança no ranking das cidades”, declarou à swissinfo.
Cerca de um sexto da população helvética vive no cantão de Zurique, enquanto a cidade tem aproximadamente 370 mil habitantes. Ao mesmo tempo, 85 das cem maiores empresas suíças têm suas sedes na cidade.
A Área da Grande Zurique, a associação de marketing dessa região empresarial, afirma que o resultado – que chega depois da faculdade de administração e economia IMD, baseada em Lausanne, ter publicado um estudo no mês passado em que a Suíça é vista como a mais competitiva economia da Europa – confirma o status de área como “a melhor localidade de negócios e destino preferencial para o investimento direto estrangeiro”.
“O ranking, que estima a qualidade de vida para empregados expatriados em particular, mostra que Zurique resistiu às recentes turbulências na economia global”, acrescenta.
Prós e contras
Para Mercer, a estabilidade política e econômica da cidade e sua infra-estrutura foram os fatores decisivos. “Londres, Paris ou Nova Iorque podem oferecer mais alternativas de lazer ou mesmo um melhor transporte público ou aeroportos internacionais, superando bastante Zurique”, explica Slagin Parakatil, coordenador da pesquisa. “Porém segurança e a qualidade do sistema de saúde são quesitos muito importantes para executivos e suas famílias quando chegam a uma cidade transferidos por suas empresas”, completa.
Genebra, sede de um grande número de organizações internacionais, ficou em segundo lugar juntamente com Viena, a capital da Áustria. A capital suíça, Berna, ficou em nono lugar.
Parakatil afirma que a estabilidade interna, o sistema político e a proximidade de outros países ajudaram as cidades helvéticas a ter uma boa qualificação na pesquisa. A Mercer Consulting utiliza trinta e nove critérios para avaliar a qualidade de vida, incluindo fatores políticos, econômicos e ecológicos, além de quesitos como o sistema de saúde ou sistema educacional.
As cidades européias (ver quadro à direita) dominam o “top tem”, que incluem três da Alemanha. Vancouver, no Canadá, ficou em quarto lugar. Vancouver (Canadá) e Sydney (Austrália) foram as únicas cidades na região Ásia/Oceania a ser incluídas na lista. A primeira colocada dos Estados Unidos foi Honolulu, no Havaí, que ficou na 28° posição.
Questões de segurança
A pesquisa também identificou as cidades com maior nível de segurança pessoal, baseado em estabilidade interna, violência, eficácia da aplicação da lei e relacionamento com outros países. Luxemburgo lidera este ranking, com Berna (2), Genebra (3) e Zurique (4) confirmando a posição da Suíça como um dos países mais seguros da Europa. A cidade mais perigosa em termos de segurança pessoal na Europa é Moscou (196).
São Paulo e Rio de Janeiro constituem-se em duas das cidades mais perigosas da América Latina. No ranking de segurança pessoal, o Rio ocupa a posição 177, e a capital paulista, 180.
A última colocada de todas as cidades analisadas na pesquisa foi Bagdá, o que se explica devido à caótica situação política em todo o Iraque. Antes dela estão Nairóbi (Quênia), Karachi (a maior cidade do Paquistão) e Kinshasa, na República Democrática do Congo.
De acordo com a Mercer, segurança pessoal e da família são fatores decisivos para pessoas que decidem se vão assumir postos no exterior. A cidade mais segura nos Estados Unidos foi Chicago (53). No geral, as cidades européias têm uma melhor classificação – em termos de segurança e qualidade de vida – do que as americanas.
“Avaliamos todos os tipos de ameaças que podem ter impacto sobre a segurança pessoal, levando também em consideração o tamanho da cidade. Atualmente todas as grandes metrópoles do mundo têm um certo nível de criminalidade, o que é inerente à cidade e não pode ser considerado anormal”, ressalta Parakatil.
“Mas também podemos ver que, por vezes, algumas cidades são mais propensas a ter ataques terroristas do que outras devido a sua política internacional ou o lugar que ocupam no mundo”.
swissinfo, Isobel Leybold-Johnson
1 – Zurique, Suíça
2 – Viena, Áustria
2 – Genebra, Suíça
4 – Vancouver, Canadá
5 – Auckland, Nova Zelândia
6 – Düsseldorf, Alemanha
7 – Munique, Alemanha
7 – Frankfurt am Main, Alemanha
9 – Berna, Suíça
10 – Sydney, Austrália
206 – Dacca, Bangladesch
207 – Port Harcourt, Nigéria
207 – Sana, Iémen
209 – Kinshasa, República Democrática do Congo
210 – Pointe Noire, República Democrática do Congo
211 – N’Djamena, Chade
212 – Khartum, Sudão,
213 – Brazzaville, República Democrática do Congo
214 – Bangui, República Centro-Africana
215 – Bagdá, Iraque
A pesquisa sobre qualidade de vida realizada pela empresa americana Mercer Consulting pontua cidades com base na situação de Nova Iorque, considerada na medição como “100”. Nela, Zurique recebe 108 pontos.
A classificação tem por objetivo apoiar empresas e governos na avaliação de destinos e dos locais onde irão enviar seus funcionários em missões internacionais.
A análise da Mercer Consulting sai pouco depois da publicação da pesquisa nacional realizada pela revista de negócios “Bilanz”, na qual Zurique é considerada a segunda cidade em termos de atratividade depois de Zug (Suíça central). Nela, Genebra ficou em 20° lugar e Berna, em 35°.
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