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França e Emirados anunciam investimento bilionário antes de reunião sobre IA

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Um fundo dos Emirados Árabes vai investir entre 30 bilhões e 50 bilhões de euros (entre 180 bilhões e 300 bilhões de reais) na construção de um campus e um grande centro de processamento de dados relacionado com a inteligência artificial (IA) na França, anunciou nesta quinta-feira (6) o Palácio do Eliseu, antes de uma reunião de cúpula sobre esse setor em Paris.

O terceiro grande encontro internacional sobre a IA foi inaugurado hoje, com debates científicos e anúncios paralelos das grandes empresas do setor. Já a reunião de líderes de cerca de 80 países vai acontecer nas próximas segunda e terça-feira.

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Várias reuniões sobre o setor, que recebe investimentos gigantescos, aconteceram nos últimos dois anos. Entre os líderes confirmados na próxima semana estão o vice-presidente americano, J.D. Vance, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o chefe de governo alemão, Olaf Scholz.

O governo francês anunciou o investimento árabe após um jantar entre o presidente Emmanuel Macron e seu colega Mohamed Bin Zayed al Nahyan. O campus, cuja localização ainda não foi definida, vai ser desenvolvido pelo fundo de investimento MGX, apoiado pelos Emirados Árabes.

Esse foi o primeiro grande investimento anunciado por ocasião da reunião da semana que vem, em que França e Europa querem marcar posição como potências competitivas frente aos Estados Unidos e à China.

Os centros de dados proporcionam a enorme capacidade de cálculo requerida pela IA, uma tecnologia que exige muita energia. Uma das gigantes do setor, a americana OpenAI, criadora do chatbot ChatGPT, anunciou que permitirá que empresas e instituições de ensino europeias armazenem seus dados em território europeu.

A reunião de cúpula de Paris responde à preocupação europeia com a magnitude das mudanças tecnológicas causadas pela IA e os investimentos anunciados por Estados Unidos e China.

O setor foi sacudido pelo anúncio dos Estados Unidos de um investimento bilionário para a instalação de novos centros de processamento de dados, e pelo surgimento do DeepSeek, um serviço avançado de IA chinês, cujo custo foi bem menor.

– ‘Bobagem’ –

A IA está revolucionando as economias dos países mais desenvolvidos, mas especialistas divergem sobre a possibilidade de ela superar a inteligência humana. 

Buscar uma super IA que consiga resolver todos os problemas é “uma bobagem”, disse um dos seus principais pesquisadores, o americano Michael Jordan, uma das referências do setor que participam dos debates que antecedem a reunião de cúpula.

Professor de ciência da computação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, Jordan posicionou-se contra figuras da indústria como Sam Altman, chefe da OpenAI, e Dario Amodei, da Anthropic, que acreditam que a inteligência artificial geral (AGI) está a apenas alguns anos de distância.

A AGI é o cobiçado “Santo Graal” da pesquisa em IA que supostamente superará os humanos em todos os campos.

“Essa super AGI que pode responder a qualquer pergunta, sabe tudo… isso é uma bobagem”, disse Jordan, especialista em aprendizado de máquina e estatística, durante um debate nos arredores de Paris. A IA “não pode saber tudo, porque o que estou pensando agora é o contexto do que farei em seguida, hoje mesmo. Não pode saber isso. E se não sabe, não pode me dar bons conselhos.”

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