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Festa para conjurar a morte

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Revista a corrigida pelos americanos, a festa de Halloween, de orígem celta e pagã, questão a relação das pessoas com a morte.

Para os celtas, Halloween celebrava o fim das colheitas e o início do inverno. Durante a noite, os fantasmas vinham visitar os vivos e esses se vestiam e se maquiavam de maneira bizarra para espantar os espíritos diabólicos. Nessa época a festa se chamava “Samain”.

Irlandeses levaram a festa para os EUA

Quando da grande emigração irlandesa (por causa da fome), de 1846 a 1848, a festa foi levada para os EUA. Nos últimos anos, é que foi re-exportada para a Europa e outras regiões.

“Como na época da Europa pré-industrial, os principais atores do Halloween são as crianças e os adolescentes”, afirma a etnóloga suíça Suzanne Chappaz “porque ainda não são completamente socializados”.

A morte marginalizada

Bernard Crettaz, outro etnólogo suíço, presidente da Sociedade de Estados Tanatalógicos (relativos à morte) afirma, em entrevista ao jornal Le Temps que “a morte está marginalizada no Ocidente devidos os progressos da medicina que acredita curar tudo”.

“Se o homem ocidental ousasse enfrentar a morte”, afirma Crettaz, “ele viveria o problema da insegurança de uma maneira diferente”. O etnólogo afirma lutar para restabelecer a idéia de que “viver é ser mortal” e que admitir isso “nos libera para a vida”.

Catolicismo e psiquiatria

Como então explicar o retorno de uma festa tão antiga? Para o padre Michel Maret, de Sion, sudoeste da Suíça, “o pensamento racionalista ocidental apagou a existência do diabo” (…)”mas o demônio volta através do irracional e de medos arcaicos.”

Por outro lado, o psiquiatra Gustavo Basterrechea afirma ao jornal Le Nouvelliste, de Sion, que “Halloween é salutar para as crianças que podem se liberar das tensões internas”.

Ele considera ainda que “estamos vivendo um retorno ao religioso, aos ciclos da existência, embora de maneira diferente e não obrigatoriamente enquadrado pelas instituiçoes”.

swissinfo com agências

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