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Páscoa une tradições profanas e religiosas

O coelho é simbolo da Páscoa há mais de 400 anos. Confiseur Bachmann

Os cristãos comemoram a ressurreição de Cristo mas a data reune ritos pagãos e religiosos, inclusive na Suíça.

Antes do cristinanismo, comemorava-se a chegada da primavera no hemisfério norte e os judeus celebravam o Êxodo do povo há quase 3.200 anos.

Para muita gente, inclusive na Suíça, os feriados da Semana Santa são simplesmente uma boa oportunidade de viajar. A época também estimula o comércio de chocolate, ovos e flores.

Muito antes do Cristianismo, comemorava-se no hemisfério norte, nesta época, a chegada da primavera e já havia o hábito de trocar ovos pintados como símbolo de vida e de abundância futura pois a partir daí começava o plantio após meses de inverno.

A própria palavra Páscoa provém de um culto à divindade germânica Ostara, que tinha a lebre como símbolo. A palavra derivou para “Ostern”, em alemão, e “Easter”, em inglês, que querem dizer Páscoa.

O primeiro Concílio da Igreja, em 325, em Nicéia, na província de Anatólia (Turquia atual), definiu que a Páscoa seria celebrada no domingo seguinte à lua cheia do equinócio da primavera. Daí a origem da celebração cristã da Páscoa.

Pouco a pouco, os antigos ritos profanos foram sendo incorporados à fé cristã, inclusive as fogueiras que também celebravam a primavera e passaram a ser acendidas diante das igrejas na noite de Páscoa.

Coelhos e ovos

Na tradição conta-se às crianças que é o coelho quem traz os ovos e guloseimas para os jardins e as casas. Os primeiros relatos conhecidos dessa lenda datam de mais de 400 anos. Em algumas regiões, o coelho é substituido por uma raposa, uma galinha ou uma cegonha.

Na Suíça, perto de Zurique, existe inclusive um museu do coelho com mais de 4.500 objetos, entre brinquedos, selos e bichos de pelúcia, entre outros, com o animal roedor.

Os cristãos assimilaram também a tradição dos ovos e desde o século IV, a Igreja incluia os ovos, símbolo de vida e abundância, no jejum de 46 dias da Quaresma, da quarta-feira de Cinzas ao domingo de Páscoa.

Chocolate e jóias

Na Suíça, os ovos de Páscoa de chocolate surgiram há pouco mais de um século e os coelhos a partir de 1940.

Mas os ovos de Páscoa mais caros e famosos são os do joalheiro russo Carl Fabergé, que morreu em Lausanne, na Suíça, em 1920. O primeiro que ele criou, em 1885, foi oferecido ao tsar Nicolas II.

Cerca de 50 exemplares foram criados até a revolução russa, em 1917, que hoje estão nos museus ou em coleções privadas.

Tradições mantidas

As tradições religiosas também perduram em várias regiões da Suíça. Como exemplos, a encenação da morte de cristo, quinta-feira, e a procissão de sexta-feira da Paixão, em Mendrisio, sul da Suíça, de língua italiana.

Também há procissões em Romont, no Cantão de Fribourg e em Estavayer-le-Lac, também no Cantão de Fribourg, entre outras. Em certos vilarejos do Cantão do Valais, é oferecido pão bento aos moradores.

swissinfo com agências

– Símbolos da Páscoa como ovos e coelhos vieram de tradições profanas anteriores ao Cristianismo.

– Eram utilizados em celebrações da primavera.

– Até o nome Páscoa deriva de uma celebração germânica profana.

– Data foi definida no Concílio de Nicéia (Turquia atual), no ano 325.

– Na Suíça, os ovos de chocolate existem há mais de um século e os coelhos desde 1940.

– Tradições religiosas são mantidas em várias cidades suíças.

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