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Anarquistas e o terror na Suíça

A história suíça registra muito mais atentados políticos do que se imagina. Porém o clima de terror implantado era geralmente mais amplo do que os danos concretos causados. 

Em setembro de 1898, Isabel, a imperatriz da Áustria e rainha da Hungria, também chamada carinhosamente pelos súditos de “Sisi”, passeava com a dama de companhia às margens do lago de Genebra. Então um homem desconhecido correu em sua direção e cravou uma lima pontiaguda no seu coração. Ela sentiu apenas uma pequena picada, mas desmaiou e morreu poucas horas depois.  

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O atentado cometido contra a imperadora Sisi em Genebra, retratado pela artista Andrea Caprez.

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“A Imperatriz foi atingida no coração”

Este conteúdo foi publicado em O barco a vapor “Genève” anunciou com um apito sua partida iminente. A Imperatriz Elisabeth e sua dama de companhia já estavam quase na rampa de acesso quando um desconhecido lhe deu um encontrão apunhalando-a no peito com um objeto pontiagudo. Ela desfaleceu silenciosamente no chão. Transeuntes tentaram ajuda-la a se levantar e, segundo consta,…

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O crime foi considerado o primeiro assassinato político da história moderna da Suíça. O autor, o italiano Luigi Luccheni, era um anarquista reconhecido. Ele era um dos muitos refugiados que, na época, encontraram abrigo na Suíça.

Desde as revoluções fracassadas de 1848, o país oferecia asilo político aos ativistas que lutavam contra as monarquias europeias. A Suíça não foi apenas um importante lugar de refúgio para os anarquistas: muitos a consideram até o berço do anarquismo. 

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Túmulo do Bakunin

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Bakunin e os relojoeiros

Este conteúdo foi publicado em Em 1872, uma organização de trabalhadores denominada Federação do Jura reuniu, em Saint-Imier, no Jura Bernês, delegados de grupos antiautoritários que se opunham ao centralismo da Primeira Internacional. A “Internacional Antiautoritária” foi então fundada. Antes disso, Karl Marx tinha conseguido excluir Mikhail Bakunin e outros anarquistas da Primeira Internacional Comunista. swissinfo.ch: Qual foi a importância…

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Mas a luta não ficou além das fronteiras nacionais e a Suíça acabou envolvida: nos anos 1880, um anarquista ameaçou explodir o Palácio Federal, a sede do Parlamento e governo.   

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Foto histórica do Parlamento suíço

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“O Parlamento vai voar pelos ares este mês. Estremeçam!

Este conteúdo foi publicado em No dia 26 de janeiro de 1885, o então presidente suíço Karl Schenk ficou aterrorizado ao ler em sua correspondência uma carta avisando que anarquistas planejavam “explodir o Parlamento durante uma sessão plenária do Conselho Federal”. Segundo a nota, dezessete homens teriam se prontificado para “realizar o serviço sujo”, dinamite e detonador de tempo já…

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Vários dos anarquistas residentes na Suíça sentiram-se obrigados a “colocar em prática a teoria” e cometeram atentados. “Não temos dinheiro para agitar as massas. Por isso que temos de promover atos flagrantes que sirvam com o mesmo propósito”, declarou na época Isaak Dembo ao ser interrogado pela polícia. As autoridades suspeitavam que o anarquista russo houvesse utilizado os laboratórios da Escola Politécnica Federal em Zurique para fabricar suas bombas.  

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Imagem para artigo sobre anarquistas...

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Fora com a “o ninho de serpentes de utópicos e fanáticos”

Este conteúdo foi publicado em Em 6 de março de 1889, um policial de Zurique informou a seu superior sobre rumores de que dois estudantes russos haviam duelado com bombas frente aos portões da cidade. Ambos ficaram gravemente feridos foram levados para o hospital por amigos. Como conhecedor da vida social dos emigrados locais, o capitão de polícia Fischer não…

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Vários processos julgados nos tribunais locais atraíram a atenção internacional. Um deles foi o de Tatjana Leontieff, uma jovem russa que havia assassinado um negociante francês em um hotel de Interlaken, em 1906, ao confundi-lo com o ministro russo do Interior. Um júri de camponeses da região não a absolveu, mas a condenou-a com uma leve sentença por insanidade. 

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Zeichnung eines Mordes

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Assassinato no hotel: uma confusão mortal

Este conteúdo foi publicado em Garçons com aventais brancos trafegam pela sala de jantar do Hotel Jungfrau, em Interlaken, enquanto uma jovem se levantou, tirou uma pistola da bolsa e disparou três tiros contra o cavalheiro na mesa ao lado. Eclodiu o caos. Os hóspedes gritavam e corriam tentando se pôr a salvo, enquanto várias mulheres desmaiaram e caíam no chão. A assassina disparou mais quatro tiros…

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A última gota foi um assalto a um banco em 1907. Nele, os anarquistas mataram um funcionário em Montreux. Os assaltantes quase foram quase linchados após a prisão. As massas exigiram a pena de morte para os criminosos. 

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Comic-Zeichnung eines Mannes mit Bart, der mit einer Pistole zielt

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Um assalto a banco foi suficiente para pedir a pena de morte

Este conteúdo foi publicado em ​​​​​​​ Foi na manhã de 18 de setembro de 1907, em Montreux, às margens do lago Genebra que a população acordou com uma perseguição de carro semelhante à dos filmes de gangsters. Dois homens corriam pela Avenida do Kursaal. “Peguem eles!”, gritam as pessoas na rua. O carteiro Auguste Vuilliamoz conseguiu derrubar um deles. O…

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Em resposta, a população clamou por restrições ao direito de asilo. Uma reação à onda de violência anarquista foi a chamado “Lei dos anarquistas”, promulgada em 1894 e que punia a construção de bombas. 

Mas o princípio básico permanecia: a “ideia de liberdade na Europa” não deve ser abandonada pela Suíça, escreveu na época o jornal suíço Neue Zürcher Zeitung (NZZ): 

“Você pode perseguir e expulsar pessoas desesperadas como os anarquistas, mas um dia eles irão aproveitar da oportunidade e utilizá-la para seus fins.”  

“Pode ser humilhante pensar que não estamos seguros na glória da nossa civilização, mas essa é a realidade. E é importante reconhecê-la.” 

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