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Irã liberta temporariamente ganhadora do Nobel da Paz Narges Mohammadi por razões médicas

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A iraniana Narges Mohammadi, ganhadora do Nobel da Paz, presa desde novembro de 2021, foi libertada temporariamente nesta quarta-feira (4), pelo período de três semanas, por motivos médicos, anunciou seu advogado na rede social X.

“Com base no conselho do médico que a examinou, o Ministério Público de Teerã suspendeu a execução da sentença de Narges Mohammadi durante três semanas e ela foi libertada da prisão”, afirmou Mostafa Nili.

Mohammadi deixou a prisão clamando “Mulher, Vida, Liberdade”, slogan do levante popular iniciado em 2022 na República Islâmica, contou a jornalistas o marido da ativista, Taghi Rahmani. “Saiu com um bom estado de ânimo, um estado combativo, apesar da sua saúde muito frágil”, acrescentou.

Mohammadi, de 52 anos, foi condenada e detida em várias ocasiões durante os últimos 25 anos por sua luta contra o uso obrigatório do véu para as mulheres e contra a pena de morte.

Ela passou a maior parte da última década na prisão.

“O motivo de sua libertação é seu estado físico após a remoção de um tumor e um enxerto ósseo realizados há 21 dias”, explicou o advogado.

A libertação temporária de Narges Mohammadi, premiada com o Nobel da Paz em 2023, é “insuficiente”, afirmou o comitê de apoio à ativista em Paris.

“Após uma década de detenção, Narges precisa de atendimento médicos especializado em um ambiente seguro”, declarou a Fundação Narges Mohammadi em um comunicado.

Mohammadi cumpre a pena na ala feminina da penitenciária de Evin, zona norte de Teerã, ao lado de quase 50 detentas, segundo seu marido.

Considerada uma “presa de consciência” pela Anistia Internacional, ela não vê os filhos, Kiana e Ali, desde 2015. Os dois moram na França.

Por estar presa, ela não foi autorizada a receber o Prêmio Nobel por sua luta contra a pena de morte.

Em junho, a ativista iraniana foi condenada a mais um ano de prisão por “propaganda contra o Estado”.

Ela se recusou a comparecer à audiência de seu julgamento depois de solicitar, sem sucesso, que o processo fosse aberto ao público.

Em março, a ativista divulgou uma mensagem de áudio da prisão na qual denunciava uma “guerra em larga escala contra as mulheres” na República Islâmica.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, as mulheres no Irã são obrigadas a seguir um severo código de vestimenta que, entre outras coisas, exige que cubram os cabelos em locais públicos.

ap/sg/pb/pc/fp/dd/mvv/yr

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