Shiri Bibas e seus dois filhos: um símbolo do sofrimento dos reféns em Gaza
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A imagem de Shiri Bibas abraçando seus dois filhos enquanto era sequestrada pelo Hamas tornou-se um símbolo do sofrimento dos reféns e manteve Israel em suspense até esta quarta-feira (19), quando foi confirmada a morte da família na Faixa de Gaza.
O fórum de familiares de reféns israelenses confirmou a morte de Shiri, de origem argentina, e dos seus filhos, Ariel e Kfir, que tinham 4 anos e 9 meses, respectivamente, quando foram levados por membros do Hamas.
As imagens do sequestro, gravadas por comandos do Hamas em 7 de outubro de 2023, deram a volta ao mundo, e a família se tornou um símbolo em Israel.
O Hamas anunciou ontem que vai entregar quatro corpos nesta quinta-feira (20), entre eles os da família Bibas”, em troca da libertação de presos palestinos no próximo sábado, conforme previsto no acordo de cessar-fogo fechado com Israel, que entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra.
Embora a morte dos três membros da família fosse considerada uma certeza no exterior, muitas pessoas em Israel, a começar pela própria família Bibas, apegavam-se à esperança de que as crianças e sua mãe estivessem vivas, baseada no fato de Israel não ter confirmado a morte delas.
– ‘Faca no coração’ –
O Hamas divulgou hoje a lista dos reféns cujos corpos serão devolvidos, e autoridades israelenses confirmaram que receberam essa informação. Em seguida, o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos anunciou estar a par da notícia.
“É como uma faca perfurando nossos corações, os das famílias e os de pessoas de todo o mundo”, declarou a associação. Já o premiê Benjamin Netanyahu disse que Israel terá amanhã “um dia profundamente comovente, um dia de luto”.
O Hamas havia anunciado em novembro a morte da família em um bombardeio na Faixa de Gaza. Yarden Bibas, marido de Shiri, foi libertado em 1º de fevereiro. Os quatro foram sequestrados ao mesmo tempo, mas Yarden ficou em um cativeiro separado.
Desde 7 de outubro de 2023, a irmã de Yarden, Ofri Bibas, lutava pela libertação dele. “Por favor, não façam homenagens ainda”, publicou ontem no Facebook. “Estamos esperando há 16 meses, não vamos desistir agora.”
Em Tel Aviv, o instituto forense que deve receber os quatro corpos tomou medidas para acelerar a sua identificação, informou a emissora pública israelense Kan nesta quarta-feira, acrescentando que dez médicos foram mobilizados para realizar os exames.
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