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Leilão de arte feita com IA da Christie’s tem resultados mistos

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O primeiro leilão da Christie’s dedicado inteiramente a obras criadas com a ajuda da inteligência artificial (IA) terminou nesta quarta-feira (5) com um resultado muito desigual, em um contexto de críticas a essa tecnologia e de questões relativas à propriedade intelectual.

Ao fim de 14 dias de venda exclusivamente on-line, 14 dos 34 lotes não receberam lances suficientes ou foram vendidos por um valor abaixo da faixa de estimativa da Christie’s.

Uma criação animada de Refik Anadol (“Machine Hallucinations – ISS Dreams – A”), um dos artistas digitais mais conhecidos do mundo, alcançou o preço mais alto, 277.200 dólares (1,6 milhão de reais), acima da estimativa.

Mas a outra obra de destaque do leilão, “Emerging Faces”, do artista americano Pindar Van Arman, não atraiu nenhum lance. A peça foi criada por meio de uma conversa entre duas interfaces de inteligência artificial.

Para Nicole Sales Giles, responsável por vendas de arte digital da Christie’s, o resultado do pregão “confirma”, no entanto, que os colecionadores e o público em geral “reconheceram a influência e a importância” dos artistas escolhidos, conforme ela diz em comunicado.

“A seleção poderia ter sido melhor com obras representativas dos novos meios e da IA”, comentou Steven Sacks, fundador da galeria nova-iorquina bitforms, que exibe arte digital desde 2001.

“Mas a verdadeira questão é se esta venda deveria ter sido realizada agora. […] Ainda é necessário educar as pessoas, compreender a história deste meio e, para os artistas, conseguir mais visibilidade, exposição e credibilidade”, comentou.

Embora este tenha sido o primeiro evento dedicado completamente a obras produzidas com IA, com uma venda total de 728.784 dólares (4,2 milhões de reais), a Christie’s e sua concorrente Sotheby’s já ofereceram várias obras desse tipo em leilões anteriores.

Um grupo de artistas lançou uma petição à Christie’s para que cancelasse o leilão, que terminou nesta quarta-feira.

Os cerca de 6.490 signatários apontaram que várias peças foram criadas com a ajuda de modelos de inteligência artificial “conhecidos por terem feito uso não autorizado de obras protegidas pela lei de propriedade intelectual”.

tu/arb/af/val/ic/rpr

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