Luis Arce enfrenta primeira greve nacional convocada por setor privado dos transportes
Poderosos sindicatos privados do transporte fazem uma greve nacional nesta terça-feira (12), na Bolívia, reivindicando melhorias econômicas e bloqueando ruas e avenidas, realizando assim, o primeiro protesto contra o governo esquerdista de Luis Arce.
“Há 57 pontos de bloqueio ao longo e dentro de nosso território”, disse o chefe da Polícia, Jhonny Aguilera, em uma avaliação dos protestos.
Os motoristas pedem ao Executivo federal uma ampliação de prazos e a flexibilização das condições de pagamento de suas dívidas e dos juros do sistema bancário privado, já que argumentam que durante 2020 sofreram fortes danos econômicos, motivados pela pandemia da covid-19.
Como medidas de segurança sanitária, o transporte público nas cidades e as viagens interestaduais foram suspensas por meses, e depois foram sendo permitidos em turnos diários e com uma capacidade limitada de passageiros.
Durante o dia, os motoristas utilizaram principalmente ônibus de passageiros, táxis e kombis para bloquear as ruas, avenidas e algumas rotas interestaduais, após o fracasso no diálogo com o governo na noite da segunda-feira.
Policiais táticos foram deslocados em várias cidades para evitar manifestações violentas e tentaram dialogar com os grevistas para que permitissem a normalidade do tráfico de carros. Em alguns lugares se obteve sucesso nas negociações, em outros não.
O vice-ministro de Regime Interior, Emilio Rodas, disse “que é garantido o direito ao protesto, mas no campo do respeito à população, que necessita sair para trabalhar, principalmente agora que estamos nos recuperando da crise provocada pela pandemia”.
A greve desta terça-feira é o primeiro protesto nacional registrado contra o governo de Arce, desde que chegou ao poder em novembro de 2020.
Víctor Tarqui, dirigente dos motoristas, disse: “O que pedimos é a ampliação dos prazos por mais seis meses no diferimento de pagamentos” aos bancos. Ele não descartou possíveis novos protestos se as demandas não forem atendidas.
O país, que enfrenta uma segunda onda da covid-19, acumula um total de mais de 175.280 casos e 9.410 mortes pela doença.
Sociedades de médicos e outros grupos profissionais tem exigido desde o fim de semana passado aos governos nacional, estadual e municipal o retorno de uma quarentena mais rígida, como principal arma para frear a pandemia.