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Lula prevê acordo com Samarco, Vale e BHP por Mariana até o início de outubro

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Por Maria Carolina Marcello e Marta Nogueira

(Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira ter a expectativa de fechar um acordo até o começo de outubro com Samarco e suas sócias, Vale e BHP, para reparação e compensação pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho (MG).

Em entrevista à Rádio Vitoriosa de Uberlândia, o presidente frisou que o acerto deverá levantar recursos para “recuperar o que foi estragado, para cuidar do povo”.

“Até o começo de outubro a gente vai resolver a questão do acordo com a Vale para resolver o problema de Mariana e de Brumadinho”, disse o presidente à rádio.

“É uma coisa que se arrasta há dez anos. Vários compromissos, várias tentativas de fazer acordo, várias decisões judiciais… e a Vale não cumpre. Agora vai ter que cumprir”, disse.

O rompimento da barragem em Mariana, da Samarco — uma joint venture da Vale com a BHP –, há quase nove anos, deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce em toda a sua extensão, até o mar do Espírito Santo.

O colapso da barragem da Vale em Brumadinho ocorreu em 2019, liberando uma onda gigante de rejeitos de mineração que deixou 270 mortos, ao atingir instalações da própria empresa, comunidades, rios e áreas de mata da região.

Um acordo global sobre o colapso da estrutura em Mariana entre autoridades federais e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo com as mineradoras é amplamente aguardado. A Vale já fechou um acordo de reparação com governos e autoridades sobre Brumadinho.

Lula aproveitou e disse acreditar que as coisas “vão mudar para melhor” sob a perspectiva de um novo comando da Vale a partir do fim do ano.

“A Vale está mudando de direção; eu espero que a nova direção da Vale seja mais cuidadosa, pense mais no desenvolvimento da Vale, porque a atual direção só quer saber de vender ativos. Não quer saber de fazer novas pesquisas, de ter novos mineirais”, afirmou.

Procurada pela Reuters, a BHP Brasil afirmou que, juntamente com a Vale e a Samarco, “segue em negociações com autoridades públicas em busca de um acordo definitivo que garanta uma reparação justa e integral aos atingidos e ao meio ambiente”.

“As negociações entre as partes estão em andamento e nenhum acordo final foi alcançado sobre o valor ou os termos do acordo. A BHP Brasil segue otimista que um acordo final poderá ser alcançado em breve”, afirma nota encaminhada pela empresa.

A Samarco também enviou nota, dizendo que “reafirma seu compromisso e segue empenhada na reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão”.

“A empresa destaca que as negociações para repactuação do acordo seguem em andamento e confia que as partes chegarão a um consenso, em breve, dando definitividade ao assunto”, diz a Samarco na nota.

As duas empresas destacaram ainda que foram destinados 37 bilhões de reais para ações de reassentamento, indenização e recuperação do meio ambiente.

Procurada, a Vale não ofereceu comentário de imediato.

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