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Manifestantes reivindicam mais assistência social do governo da Argentina

No último domingo, 13 de setembro de 2020, outro protesto levou cidadãos argentinos às ruas de Buenos Aires contra a extensão da quarentena obrigatória e contra o projeto de reforma judicial do governo afp_tickers

Centenas de manifestantes fizeram uma passeata em Buenos Aires nesta terça-feira (15) para exigir do governo argentino mais assistência social aos setores marginalizados, em meio a medidas de restrição para conter a pandemia de covid-19.

Movimentos sociais conhecidos como “piqueteros” e partidos de esquerda marcharam pela avenida central da capital, em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social, e reivindicaram o reforço dos subsídios para os refeitórios populares.

“A situação é muito complexa, há muita fome, há muito desemprego, e somada a isso, a mão forte das forças repressivas do Estado que perseguem nossos colegas e em geral nossos filhos, os jovens”, disse à AFP Melina Kushnil, uma das manifestantes.

Na Argentina, a pobreza atinge quase 40% dos 44 milhões de habitantes e o desemprego alcançou uma taxa de 10,4% no primeiro trimestre, quando a pandemia ainda não havia afetado o país por completo. O país registrou mais de 560.000 infecções e 11.710 mortes por covid-19 até esta terça-feira.

Medidas de prevenção sanitária, restringindo atividades sociais e econômicas, estão em vigor desde 20 de março e abalaram os setores mais pobres, geralmente dependentes de trabalhos informais.

“Em geral, nossos colegas trabalham em atividades informais, então aumentou muito o número de pessoas que recorrem aos refeitórios, mas não o atendimento para elas”, explicou Melina. “Estamos exigindo políticas públicas de qualidade para as pessoas que vivem nos bairros populares”, afirmou.

Outra reivindicação dos manifestantes se refere à questão da moradia em um momento em que milhares de pessoas ocuparam terrenos vazios para obrigar a entrega das terras pelo Estado.

Em uma dessas ocupações, na cidade de Guernica, na província de Buenos Aires, cerca de 2.500 pessoas aguardam a iminente execução de uma ordem judicial de despejo. “Exigimos uma solução negociada para as terras ocupadas. Não à repressão”, disse Eduarlo Belliboni, líder do partido de esquerda Polo Obrero.

O governo do centro-esquerdista Alberto Fernández forneceu ajuda milionária a empresas privadas e reforçou os subsídios a setores sociais marginalizados para aliviar os efeitos econômicos da pandemia. O Fundo Monetário Internacional projeta queda de 9,9% no PIB do país neste ano.

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