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Investidores estrangeiros possuem 60% das grandes empresas suíças

Tidjane Thiam CEO of Swiss bank Credit Suisse
Os investidores internacionais expandiram muito sua presença nos principais bancos e empresas da Suíça Keystone

As instituições financeiras internacionais estão dominando cada vez mais os acionistas das principais empresas suíças.

O jornal suíço NZZ am SonntagLink externo, que revelou a situação, aponta o banco Credit Suisse como um excelente exemplo de uma instituição financeira em que a democracia tradicional dos acionistas está se corroendo rapidamente.

As ações do Credit Suisse estão amplamente ancoradas na população suíça, com 99.500 pessoas atuando como coproprietárias do banco.

Mas na assembleia geral anual do banco em Zurique, os acionistas privados suíços dificilmente poderão ter voz, já que detêm apenas 10% do capital.

Em contraste, os sete maiores investidores do Credit Suisse detêm uma participação de 35%, de acordo com o NZZ am Sonntag.

Eles têm nomes como Harris Associates, Olayan Group, Dodge & Cox ou Silchester, são os chamados acionistas institucionais que administram enormes fortunas e são praticamente desconhecidos do público.

No Credit Suisse, 82% desses investidores profissionais vêm do exterior, enquanto apenas 18% são nacionais, de acordo com o artigo.

Investidores estrangeiros

O fenômeno não se limita ao setor financeiro. Na maioria das grandes empresas, os grandes investidores internacionais expandiram muito sua presença.

Pela primeira vez, a empresa de consultoria EY examinou a estrutura de propriedade das 30 principais empresas da Suíça.

A Ernest&Young determinou que apenas 39% das ações ainda são de propriedade suíça, com os 61% restantes pertencentes a proprietários estrangeiros. A América do Norte, com 33% de participação, está à frente da Europa (24%).

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“A forte presença dos investidores estrangeiros mostra a atratividade e a rede global da nossa economia”, diz Tobias Meyer, responsável pelo estudo EY.

Meyer considera estas participações principalmente estáveis e acha errado pensar em uma “liquidação da economia do país”.

“Além disso, esses acionistas assumem riscos empresariais dos quais a economia inteira acaba lucrando”, diz. “O mercado de capital aberto é uma vantagem competitiva para o país.”

Influência anglo-saxônica

Mas como o domínio dos investidores internacionais altera a cultura de gestão nas grandes empresas?

A influência anglo-saxônica na governança corporativa é claramente perceptível, diz Vincent Kaufmann, diretor da Ethos Investment Foundation, que representa os interesses de cerca de 220 fundos de pensão suíços.

Isso se aplica à questão delicada dos salários dos dirigentes. “Bônus excessivos são julgados de forma muito mais crítica pelos acionistas domésticos. Em princípio, nós rejeitamos salários acima de CHF10 milhões porque eles não refletem o espírito de nossa parceria social”, disse.

Para os principais acionistas estrangeiros, o nível salarial é geralmente secundário, desde que sejam observados os processos formais.

A avaliação de Kaufmann é apoiada por estudos científicos. Quanto mais a empresa é detida por investidores institucionais, maiores serão os salários dos dirigentes, de acordo com um estudo de 2016 das universidades de Yale e Barcelona.

swissinfo.ch/fh

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