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FIFA abre portas para sair da Suíça

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Vista da atual sede da FIFA em Zurique. KEYSTONE/Ennio Leanza

Na sexta-feira, a entidade máxima do futebol internacional lançou as bases formais para uma saída teórica de sua sede em Zurique. No entanto, a FIFA está “feliz” na Suíça, disse a associação antes da votação no congresso.

De acordo com uma emenda aos seus estatutos aprovada pelos membros do Congresso em Bangkok na sexta-feira, o escritório central da FIFA continuará localizado na cidade suíça de Zurique – até que o Congresso tome uma decisão para mudar isso. Essa cláusula não existia até agora.

“Até que nossos membros decidam o contrário, Zurique continuará sendo nossa sede”, disse um porta-voz da FIFA à agência de notícias alemã DPA, observando que há muitas outras organizações esportivas e internacionais sediadas em Genebra e Lausanne. “Na verdade, estamos atualmente considerando abrir filiais em outros locais na Suíça e, assim, expandir nossa presença no país.”

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Instituição privada

A delegação suíça havia anunciado que se absteria ou não votaria a favor da emenda aos estatutos. Dominique Blanc, presidente da Associação Suíça de Futebol (ASF), disse que lamentaria uma mudança de Zurique. “Temos uma relação de trabalho muito boa com a FIFA e gostaríamos, é claro, que a sede permanecesse aqui”, disse Blanc à agência de notícias Keystone-SDA.

O governo da cidade de Zurique foi informado sobre a proposta de mudança nos estatutos. No entanto, não estava ciente de nenhum plano de mudança, disse na quinta-feira. Como a FIFA é uma instituição privada, o governo municipal não quis comentar mais sobre o assunto, disse à agência Keystone-SDA.

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Suíça, esporte e a corrupção: um triângulo infernal

Este conteúdo foi publicado em A grande maioria das federações esportivas internacionais está sediada na Suíça. Apesar de algumas melhorias, e promessas, muitas continuam a se envolver em casos de corrupção e outros escândalos.

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Mais de 90 anos em Zurique  

A FIFA está sediada em Zurique desde 1932. Ela está registrada como uma associação no registro comercial cantonal. Houve vários rumores de uma mudança no passado, mais recentemente no outono passado, quando se tornou público que a FIFA estava planejando terceirizar trabalhos para outras cidades.

Recentemente, a FIFA tem aberto cada vez mais escritórios no exterior, inclusive em Paris. Seu departamento jurídico está sediado na Flórida. “Como somos um órgão governamental global, não é preciso dizer que temos escritórios em todo o mundo, inclusive em Miami, Paris e Jacarta”, disse um porta-voz da associação mundial de futebol à agência de notícias DPA.

Traduzido por Deepl/Fernando Hirschy

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lAUBER

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Procurador suíço enfrenta impeachment por caso FIFA – implicado também na Lava-Jato

Este conteúdo foi publicado em O Procurador-Geral da Suíça, Michael Lauber, enfrenta um processo de impeachment pelo seu tratamento de uma investigação de corrupção da FIFA. Este é o primeiro caso dessa envergadura em toda a história do Ministério Público Federal helvético. O comitê judicial do Parlamento realizou na quarta-feira uma audiência de duas horas com o procurador-geral para avaliar se existem motivos razoáveis para suspeitar que ele tenha violado suas funções oficiais, seja deliberadamente ou por grave negligência. O chefe da comissão, Andrea Caroni, anunciou a decisão na quarta-feira, que foi tomada com 13 votos a favor e quatro contra. O comitê poderia apresentar uma moção para retirar Lauber do cargo, que o Parlamento só votaria em setembro, na melhor das hipóteses. Lauber disse que a reunião de quarta-feira com o comitê judicial havia “corrido bem”. O procurador-geral da Confederação está sob escrutínio sobre como seu gabinete lidou com a investigação de corrupção da FIFA e pela realização de reuniões sem registro com o presidente da entidade, Gianni Infantino. Como punição, a autoridade independente de supervisão, a AB-BA, já havia cortado o salário de Lauber de quase CHF 300.000 (US$ 309.000) em 8% por um ano. + Leia mais detalhes sobre a controvérsia de Lauber aqui Lauber interpôs recurso junto ao Tribunal Administrativo Federal. Ele alega que a autoridade fiscalizadora cometeu inúmeros erros processuais, excedeu sua competência e foi tendenciosa. Em setembro passado, o Parlamento reelegeu Lauber para um terceiro mandato, apesar de meses de controvérsia sobre seu tratamento do caso da FIFA. Apesar de não fazerem parte do processo em curso, a maneira como Lauber conduziu relações com seus pares na Rússia e no Brasil também levantou sérias questões. O amigo da Lava-Jato Considerado pelo Ministério Público no Brasil como tendo sido fundamental para o combate à corrupção no Brasil, Michael Lauber se mostrou um aliado importante da Operação Lava Jato. Sob seu comando, a Suíça bloqueou mais de U$ 1,1 bilhão em mais de mil contas bancárias envolvendo suspeitos do esquema montado por ex-diretores da Petrobras e Odebrecht, além de várias outras empresas. Se num primeiro momento Lauber focou sua atenção sobre aqueles que receberam propinas e depois no grupo que as pagou, nos últimos meses a atenção de seu gabinete estava focada nos intermediários, alguns deles na Suíça. Dois bancos passaram a ser investigados e o tribunal em Bellinzona julgou pela primeira vez um operador. Os recursos destinados por seu escritório ao caso brasileiro, para muitos atores que acompanharam o caso, foi decisivo para o impacto da Lava Jato no Brasil. Mas Lauber e sua equipe também fizeram parte de uma complexa relação ao longo dos anos com procuradores brasileiros. Mensagens do aplicativo Telegram enviadas por fonte anônima ao site The Intercept Brasil e analisadas em parceria com o UOL no ano passado revelaram que a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba utilizou sistematicamente contatos informais com autoridades da Suíça para obter provas ilícitas com o objetivo de prender alvos considerados prioritários. Alguns deles vieram a se tornar delatores. Um dos casos revelados nas conversas se refere a uma visita dos procuradores brasileiros à Suíça em 2014. Pela troca de mensagens, uma transmissão de documentos de maneira irregular poderia ter ocorrido. Deltan Dallagnol, procurador brasileiro, teria consigo um pen drive com informações bancárias de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Foi a partir de Costa que o MP conseguiu chegar ao esquema montado pela Odebrecht. Mas sem as informações de suas contas na Suíça, Curitiba não teria como avançar. Só meses depois é que a informação seria oficializada pelos canais regulares da cooperação internacional com a Suíça. Outras reuniões em 2015, segundo as mensagens, também indicavam trocas informais de dados entre a Suíça e o Brasil. O sigilo das visitas das equipes também era mencionado pelos procuradores. Entre os dias 1 e 4 de dezembro de 2015, as mensagens revelam que procuradores da Lava Jato tiveram reunião secreta em Curitiba com investigadores suíços. “Caros, sigilo total, mesmo internamente. Não comentem nem aqui dentro: Suíços vêm para cá semana que vem. Estarão entre 1 e 4 de dezembro, reunindo-se conosco, no prédio da frente. Nem imprensa nem ninguém externo deve saber”, escreveu Dallagnol. Servidor As mesmas mensagens ainda indicam que os procuradores brasileiros teriam tido acesso a um servidor da Odebrecht na Suíça antes de sua entrega oficial pelas autoridades. Para camuflar o sistema de pagamentos de propinas a políticos de diversos países do mundo, a empresa organizava as transferências e a comunicação por meio de um sistema de internet paralelo e clandestino à contabilidade da construtora. O servidor que armazenava os dados ficava fora do Brasil. Assim, o sistema Drousys era usado pelo setor de Operações Estruturadas da Odebrecht para controlar pagamentos de propina. Quando tal sistema foi descoberto, procuradores brasileiros pediram que os suíços confiscassem o servidor e o transmitissem ao Brasil. Mas mensagens revelam que os procuradores tiveram acesso à contabilidade paralela quase um ano antes de a Lava Jato estar apta para usar formalmente os dados entregues pela Odebrecht. Uma das conversas ainda revela como, em 14 de maio de 2016, a procuradora Laura Tessler, também da Lava Jato, já usava termos que estavam no servidor Drousys, obtido apenas um ano depois de forma oficial. Respostas Naquele momento, o Ministério Público da Suíça afirmou que pautava seu trabalho conforme as leis suíças. “O Escritório do Procurador Geral da Suíça está conduzindo seus processos criminais com base na legislação suíça pertinente”, disse o órgão. Os suíços não comentou o acesso clandestino da Lava Jato ao sistema de propina da Odebrecht e tampouco o fato de Dallagnol ter trazido em segredo ao Brasil um pen drive com dados de Paulo Roberto. A revelação de reunião secreta em Curitiba com seus procuradores também foi comentada. No Brasil, a Lava Jato argumentou que “a troca de informações de inteligência e a cooperação direta entre autoridades estrangeiras é absolutamente legal e constitui boa prática internacional”. A força-tarefa afirma ainda que “nenhum documento foi utilizado judicialmente pela força-tarefa da Lava Jato sem ter sido transmitido pelos canais diplomáticos oficiais”.

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