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Ingressos para Fórum de Davos serão 10 vezes mais caros em 2025

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A reunião do WEF lota a pequena estação de esqui suíça todos os anos durante uma semana em janeiro, quando as empresas locais alugam espaço para corporações que querem montar “lojas de fachada” onde podem comercializar seus serviços e realizar reuniões com clientes. Keystone-SDA

Organização do WEF decide ampliar o número de ingressos do evento abrindo mais vagas para pessoas interessadas nas discussões paralelas a agenda oficial de Davos. 

No ano que vem, os ingressos para convidados do segundo escalão do Fórum Econômico Mundial (WEFLink externo, na sigla em inglês) vão custar 10 vezes mais que nos anos anteriores. Ao mesmo tempo, o evento visa aumentar a margem de lucro ampliando as possibilidades de presença de empresas nas agendas paralelas ao encontro dos chefes de estado. 

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Para 2025, a organização do evento também decidiu aumentar o número de ingressos disponíveis e reformular o acesso que eles oferecem. As mudanças, planejadas para serem implementadas no Fórum do próximo janeiro, foram discutidas com os patrocinadores em uma reunião em Genebra na primeira semana de novembro.

O Fórum Econômico Mundial disponibiliza passes de acesso, ou crachás, para participantes de segundo escalão na comitiva dos líderes corporativos que compõem os participantes oficiais de Davos. O preço desses ingressos aumentará de CHF 100 (US$ 115) nos anos anteriores para CHF 1.000 a partir de 2025.

Os crachás dão acesso a algumas partes da reunião  mas não ao centro de conferências principal, onde os líderes mundiais e os executivos-chefes se encontram em paineis sobre economia global, desigualdade e mudanças climáticas. Um crachá de primeiro escalão custa CHF 27.000 por pessoa.

Mas em 2025 os crachás de segundo escalão serão disponibilizados para uma gama mais ampla de participantes do que nos anos anteriores, incluindo patrocinadores muito menores. Esses ingressos foram projetados para atrair executivos de nível médio com a promessa de novas oportunidades ao interagir com outros participantes.

“Parece um jeito de ganhar dinheiro”, disse um executivo de um grande patrocinador do evento.

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“É como se um profissional de marketing tivesse entrado em contato com eles e dissesse que estão vendendo pouco a marca Davos. Sinceramente, não tenho ideia de onde eles vão colocar todas essas pessoas. Você já não consegue se mexer dentro do evento.”

A reunião do Fórum lota a pequena estação de esqui suíça todos os anos durante uma semana em janeiro, quando comerciantes locais alugam espaços para corporações que querem montar “fachadas de lojas” onde podem comercializar seus serviços e sediar reuniões com clientes.

Para 2025, a organização do evento está construindo um novo prédio próximo ao centro de conferências, no centro da cidade, para abrigar seu próprio escritório — aproveitando o frenesi imobiliário da região. No embalo, os patrocinadores do evento agora poderão alugar um espaço para reuniões no prédio modular em estilo contêiner por cerca de CHF 150.000 por semana.

O Fórum Econômico Mundial, entidade registrada como sem fins lucrativos, conta com muitas das maiores empresas do mundo entre seus 120 “parceiros estratégicos”: desde as gigantes da tecnologia até alguns dos principais bancos do mundo. Mas a organização também tem um número crescente de patrocinadores corporativos menores, atualmente somando cerca de 900 parcerias secundárias estabelecidas. 

Para o próximo ano, o Fórum também está lançando um programa que permite que esse círculo mais amplo de patrocinadores corporativos organizem seus paineis eventos sob o guarda-chuva oficial de Davos – mediante o pagamento de uma taxa. De acordo com o plano, as empresas poderiam transmitir ao vivo e comercializar até 10 sessões de palestras para os participantes de Davos pelo preço de CHF 45.000. esses valores e o programa em si, contudo, tendem a ser revistos, segundo analistas que estiveram na reunião de feedback em Genebra no início de Novembro. 

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O Fórum terá que verificar se os paineis propostos estão alinhados com a missão de promover a engenhosidade humana, o empreendedorismo e a inovação. Essas sessões serão diferenciadas do programa oficial que reúne os líderes mundiais e CEOs. A ideia é colocar um selo de aprovação do evento em algumas das atividades que surgiram nos arredores do Fórum nos últimos anos e deixar de lado os truques oportunistas de marketing corporativo que também lotaram Davos.

“O objetivo é dar mais oportunidades para reconhecer a liderança de pensamento dos parceiros fora do programa oficial”, disse um porta-voz.

O sistema de crachás expandido “oferecerá acesso a locais exclusivos dentro da zona de segurança e serviços digitais de eventos completos para navegar no ecossistema de Davos, interagir com outros convidados e ser listado no aplicativo do Fórum Econômico Mundial junto com os participantes oficiais”.

O porta-voz acrescentou: “O programa credenciado, os crachás credenciados e os escritórios são fornecidos aos parceiros a preço de custo”.

A organização diz que a reunião anual de 2025, que acontecerá entre 20 e 24 de janeiro, abordará os desafios: “responder a choques geopolíticos, estimular o crescimento para melhorar os padrões de vida e administrar uma transição energética justa e inclusiva”.

Os preparativos estão se desenrolando em um cenário de escrutínio sobre a própria cultura do Fórum Econômico Mundial, após acusações de discriminação e assédio sexual contra o fundador Klaus Schwab virem a publico. Schwab nega as alegações. O conselho de administração contratou um escritório de advocacia externo para conduzir uma revisão na cultura de trabalho da organização, que ainda não foi concluída.

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Adaptação: Clarissa Levy

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