Em discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos na quinta-feira (23), Guaidó acusou quem compra o metal precioso de financiar um “conglomerado criminoso” e grupos armados.
Ele alega que o tráfico de ouro sustenta o governo da Venezuela e movimentos de guerrilha, como o Exército de Libertação Nacional da Colômbia.
“A primeira coisa a fazer é parar o tráfico ilegal de ouro. Precisamos proteger a população indígena. É ouro de sangue”, disse Guaido.
“Talvez haja necessidade de sanções”, acrescentou ele em comentários transmitidos por um intérprete, observando que a Colômbia já estava ajudando.
A Suíça continua sendo o maior mercado de comércio de ouro do mundo, e o metal é uma das principais importações e exportações do país.
Denunciando a “ditadura” de Maduro
Guaidó é o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e foi reconhecido por dezenas de países como chefe de estado interino.
Ele pediu ajuda para liderar o país para torná-lo “livre” da “ditadura” do presidente Nicolas Maduro e “comprometido com os direitos humanos”.
A crise política venezuelana causou grande tensão entre Maduro e o presidente dos EUA, Donald Trump, que considera Guaidó como chefe de estado da Venezuela e também participou da reunião de Davos.
A Suíça, no entanto, não endossou nenhum dos líderes venezuelanos concorrentes.
Guaidó é o “presidente legítimo do parlamento venezuelano”, disse o ministro das Relações Exteriores da Suíça, Ignazio Cassis, à imprensa na quinta-feira. “Nós o recebemos neste papel” em Davos.
Após o início das tensões com a Venezuela, os Estados Unidos solicitaram à Suíça que representasse seus interesses neste país. Isso ainda requer a aprovação de Maduro.
Cassis explicou que este último está disposto a aprovar a missão, mas apenas quando a questão dos interesses venezuelanos nos Estados Unidos for resolvida.
Washingon impôs sanções abrangentes ao governo venezuelano e congelou seus ativos nos EUA em uma tentativa de pressionar Maduro a renunciar.
Maduro consolidou o poder em 2017, retirando o país do poder legislativo liderado pela oposição em meio a uma enorme crise humanitária e econômica.
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As origens sombrias do ouro refinado na Suíça
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A economia suíça deve respeitar os limites do planeta, conforme proposto pela iniciativa de responsabilidade ambiental, ou isso seria prejudicial à prosperidade do país? E por quê?
Estamos interessados em sua opinião sobre a iniciativa de responsabilidade ambiental.
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Ouro é o verdadeiro emblema da Suíça
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Quando falamos da Suíça, pensamos imediatamente em relógios, chocolates ou bancos, mas raramente ouro. Portanto, a Suíça é o maior mercado negociador do metal no mundo.
A última mina de ouro da Suíça foi fechada definitivamente há mais de 50 anos, em 1961. O filão que existia entre Astano e Sessa, no cantão do Ticino (n.r.: parte italófona do país, noroeste), se esgotou. Hoje, apenas alguns garimpeiros amadores perpetuam essa tradição, principalmente na região do rio Napf, entre os cantões de Berna e Lucerna, onde ainda é possível encontrar ouro em aluviões.
A ausência desse metal precioso - e, de forma geral, outras matérias-primas em quantidade - no subsolo, não impediu a Suíça de se tornar uma verdadeira potência no mercado de compra e venda de ouro, ao ponto de estar na primeira posição do ranking mundial do comércio internacional de ouro; com uma parte do mercado que gira em torno de 15%, segundo os números de 2012 do BACII International Trade Database e do Observatório de Complexidade Econômica.
Os dados reconstituídos por esses dois institutos internacionais para combinar com as metodologias estatísticas, que variam de um país a outro, e os dados por vezes incompletos não refletem completamente a importância da Suíça para essas transações. Os números comunicados pelo Departamento Federal de Alfândega (ADF, na sigla em francês) são, de fato, mais impressionantes. Em 2012, as importações foram de 2.200 toneladas, totalizando um valor de 88 bilhões de francos. As exportações chegaram a 1.500 toneladas (80 bilhões de francos). Em 2014, as quantidades importadas e exportadas bateram um recorde histórico: respectivamente 3.500 e 3.900 toneladas, ou seja, mais do que a quantidade total de ouro produzido anualmente no mundo, que corresponde aproximadamente a 2.500 toneladas. Todavia, o valor diminui devido à desvalorização do ouro.
A evolução desse comércio foi fenomenal especialmente a partir de 2007 após a eclosão da crise econômica. O ouro se tornou assim uma moeda de refúgio interessante.
Como a Suíça conseguiu tornar-se uma plataforma de tamanha importância no comércio do ouro? Antes de tudo, por tradição: o mercado de ouro de Zurique sempre foi muito importante; além disso, até poucos anos, a principal organização de lobby da indústria de mineração do ouro, o "World Gold Concil", tinha sua sede em Genebra.
Depois, existem os fatores relacionados à segurança e à eficácia dos serviços financeiros e logísticos. E finalmente, uma das principais razões: quatro das mais importantes refinarias de ouro do mundo encontram-se na Suíça. Essas empresas refinam praticamente dois terços do ouro mundial.
Durante vários anos as autoridades federais excluíram o comércio de metais preciosos das estatísticas sobre o comércio exterior, pois consideravam que "os movimentos de metais preciosos correspondiam mais às transferências de meios de pagamento, substitutos ao papel-moeda, que ao movimento de mercadorias com vistas ao seu trabalho ou utilização", escreveu um relatório da ADF de novembro de 2013,
Essa prática foi modificada em 2014. Hoje em dia, a ADF publica uma estatística do comércio exterior que engloba também o comércio de metais preciosos e de pedras preciosas.
Tendo em consideração também essas transações, o quadro geral do comércio suíço teve uma reviravolta. O ouro representa, de fato, um quinto do valor total do comércio exterior, muito além dos produtos tradicionais como os medicamentos ou os relógios.
Mais transparência nas estatísticas
Outra modificação prática ocorreu há poucos meses: após mais de trinta anos, as autoridades suíças decidiram publicar a relação dos países de importação e exportação do ouro.
Em 1981, o governo suíço decidiu não mais publicar esses dados. Vários fatores haviam sido levantados para justificar a decisão. De um lado, havia o interesse de não fornecer muitas informação ao setor financeiro de Londres, principal concorrente de Zurique. De outro, a vontade de evitar controlar a disseminação de dados sensíveis como as importações de ouro provenientes da União Soviética ou da África do Sul, país submetido a embargo internacional devido ao apartheid.
Os dados públicos em março mostram justamente que a África do Sul foi o principal fornecedor de ouro até os anos 1990.
As estatísticas não permitem, no entanto, esclarecer totalmente os países de proveniência. A alfândega suíça publica apenas o último país de trânsito. Assim explica-se a importância da Grã-Bretanha, já que o London Bullion Market Association (LBMA) é o principal centro mundial de comércio do ouro e da prata.
Este fato tem sido criticado pelas organizações não governamentais, pois é impossível saber se o ouro provém, por exemplo, das zonas de conflito ou de minas ilegais.
As exportações de ouro a partir da Suíça se dirigem aos principais centros de negócio de ouro, seja Hong-Kong, Reino Unido e especialmente Índia, o principal país "consumidor" de ouro no mundo. As exportações para os países como China ou Cingapura também aumentaram fortemente nos últimos anos. Deve-se ressaltar, por outro lado, uma forte baixa das exportações para a Itália, que, até o início dos anos 2000, absorvia ainda aproximadamente trinta por cento das exportações suíças (com um pico de quase 340 toneladas em 1998). Em 2013, a Suíça exportou apenas 40 toneladas de ouro ao país europeu.
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Wanamei, na mitologia dos índios Huachipæri, é a árvore da vida. Ela teria salvou seu povo da morte quando o planeta era devastado pelo fogo e pelas águas. Mas Wanamei é também um projeto conduzido pela unidade de pesquisa em antropotecnologia EdanaLink externo da Escola Superior de Engenheiros Arc, em Neuchâtel, para acompanhar, sob mandato…
Comércio justo é aplicado também à extração de ouro
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Feliciano Quispe chegou em 1988 no deserto costeiro carregando consigo poucas coisas: uma mochila, pá, mochila e uma garrafa de água. A economia do Peru estava aos frangalhos e ele necessitava de um trabalho. Foi assim que começou sua busca ao ouro. “Eu não tinha nada, mesmo uma bicicleta para me locomover. Tínhamos de viver…
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O último caso estourou poucos meses atrás. No Peru, cerca de trinta pessoas e quatro empresas foram denunciadas por extração ilegal de minério e reciclagem de dinheiro, delitos pelos quais são previstos até 15 anos de prisão. No prazo alguns anos, elas teriam vendido cerca de 25 toneladas de ouro. O valor da operação é…
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