Oposição venezuelana buscará renúncia ou revogar mandato de Maduro em 2016

A oposição venezuelana promoverá no primeiro semestre de 2016 a revogação do mandato do presidente Nicolás Maduro ou sua renúncia, destacaram líderes da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD).
“Não se pode esperar as eleições presidenciais do ano de 2019 (…) A mudança política na Venezuela tem data e é o primeiro semestre de 2016”, escreveu López em uma conta no Twitter, gerenciada por sua esposa, Lilian Tintori.
No manuscrito datado da prisão militar de Ramo Verde, na periferia de Caracas, López explicou que as buscas por esta mudança fazem parte de um acordo alcançado em julho passado pelos partidos que formam a MUD – inclusive o seu, Vontade Popular.
O secretário da MUD, Jesus Torrealba, disse que a carta de López “recolhe os acordos fundamentais” aos quais a coalizão chegou, mas afirmou que antes de buscar a revogação ou a renúncia de Maduro, a oposição proporá no Parlamento “soluções para a crise econômica e social” e uma anistia para os “presos políticos”.
Segundo López, os dirigentes da MUD acordaram realizar uma “discussão profunda sobre qual mecanismo ativar para se conseguir a mudança”: uma emenda constitucional, a renúncia ou o referendo revogatório do mandato de Maduro e uma Constituinte.
Nesta linha, o primeiro objetivo será conseguir a maioria na Assembleia Legislativa nas eleições do próximo 6 de dezembro, afirmou López, que convidou seus partidários a “sair para defender estes votos pacificamente”.
Torrealba explicou à AFP que “se o governo se colocar em um plano de obstrução desta construção de soluções”, utilizariam “os mecanismos que a Constituição prevê para uma situação como esta”.
Segundo a Constituição venezuelana, um referendo revogatório poderá ser tramitado depois que o presidente cumprir metade do seu mandato, o que no caso de Maduro ocorrerá em 19 de abril de 2016.
Líder da ala radical da oposição venezuelana, López foi condenado a 13 anos e nove meses de prisão em 10 de setembro passado por incitar a violência durante os protestos contra o governo socialista de Maduro, que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014.
Ele implantou uma estratégia denominada “a saída”, que buscava forçar a renúncia de Maduro por meio de manifestações de rua contra a sua gestão, marcada pela insegurança, uma intensa escassez de produtos básicos e alta inflação.
Pela primeira vez desde que chegou ao poder em 1999, o chavismo terá que enfrentar eleições parlamentares em que a oposição aparece com vantagem de 14 a 31 pontos em várias pesquisas, embora o governo cite pesquisas de opinião que o favorecem com uma votação de 40%.