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Imprensa suíça destaca retrocessos em clima, comércio e consumo 

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Um indígena participa da marcha “Nós somos a resposta” durante o acampamento anual Free Earth, onde são discutidos direitos, proteção territorial e o papel dos povos indígenas na COP30, que acontecerá pela primeira vez na Amazônia. Keystone

Críticas marcam a COP 30 em Belém por obra viária em área protegida. Trump desafia a globalização, mas acordos comerciais ganham fôlego. E a suíça Migros falha em promessas ambientais, mantendo carne ligada ao desmatamento. 

De 5 a 11 de abril de 2025, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

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Desmatamento para a conferência sobre o clima? Construção de autoestrada no Brasil está causando polêmica

Uma autoestrada de quatro pistas está sendo construída na região protegida da Amazônia – apenas alguns meses antes da COP 30 na cidade de Belém. Isso está causando polêmica, afirma um dos maiores jornais da Suíça alemã, o NZZ.Link externo 

Este ano, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontecerá em Belém, uma cidade de milhões de habitantes na floresta amazônica. Há um ano e meio, a cidade foi escolhida para sediar a COP 30. O governador do estado do Pará anunciou na época que a conferência deveria deixar um legado de infraestrutura e ecológico para toda a região amazônica. “Devemos trabalhar para promover a valorização da floresta viva”, disse ele. 

No entanto, imagens de satélite mostram agora que uma rodovia está sendo construída bem no meio da floresta tropical onde a conferência climática será realizada. A área desmatada serpenteia pela vegetação como uma cobra vermelha. A chamada “Avenida da Liberdade” foi planejada como uma nova estrada de acesso a Belém. O objetivo é conectar a cidade a outros municípios e aliviar a rodovia existente. Ao mesmo tempo, ela atravessará a reserva natural de Belém. A inauguração de uma estrada de quatro pistas está prevista para novembro. 

Fonte: NZZLink externo, em 11.04,2025 (em alemão) 

Guerra comercial: Donald Trump está acabando com a globalização? 

As recentes decisões dos EUA fazem com que os economistas se perguntem sobre o futuro do comércio mundial. A interdependência das nações está sendo posta à prova, mas tem força para sobreviver. 

Será que assistir a uma série mexicana em Nova York em um smartphone fabricado na China e derramar cerveja belga em uma camiseta fabricada no Vietnã logo será coisa do passado? Segundo notícia da agência AFP publicada pelos jornais 24HeuresLink externo e Tribune de GenèveLink externo, a repressão alfandegária de Trump reacendeu o debate sobre o futuro da globalização. 

Apesar disso, muitos especialistas acreditam que a abertura e a interdependência entre os países continuarão no futuro, mas serão menos simples e mais caras. 

O Big Bang alfandegário de Trump não representa uma ameaça para o restante do comércio, o ex-presidente da OMC, Pascal Lamy, também garante à AFP: “Se os EUA fecharem, outras aberturas virão”. 

Vários acordos comerciais propostos voltaram a entrar em vigor recentemente. O Japão, a Coreia do Sul e a China querem acelerar suas negociações para um acordo de livre comércio, e o presidente brasileiro Lula acaba de pedir uma parceria entre os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e o Japão. 

A China quer tirar proveito disso e substituir os Estados Unidos como a força motriz. Seu primeiro-ministro, Li Qiang, disse em março que queria aderir “à direção certa da globalização”, apesar de suas práticas comerciais, como os subsídios, que alguns de seus parceiros criticam. “Li Daokui, professor da Escola de Economia da Universidade de Tsinghua, em Pequim, também disse à AFP: ”A China tem as bases econômicas para liderar a globalização. 

Fonte: 24HeuresLink externo&Tribune de GenèveLink externo, em 10.04.2025 (em francês) 

A culpa é da reestruturação: As promessas que a Migros não cumpriu com seus clientes 

A gigante do varejo suíço Migros está recuando em várias frentes em relação ao que havia anunciado anteriormente. E seus clientes estão entre os primeiros a pagar o preço, segundo o jornal Blick.chLink externo

A grande reestruturação do Grupo Migros tem consequências não apenas para seus funcionários, mas também para seus clientes. Seus padrões foram relaxados, os produtos de baixo custo foram descartados e muitos compromissos foram abandonados. 

Entre as promessas não cumpridas pela Migros citadas no site, a empresa anunciou recentemente que manteria sua estratégia de desenvolvimento sustentável e sua meta de zero emissões de gases de efeito estufa até 2050. Porém, mais uma vez, essa promessa parece ter sido abandonada, principalmente no que diz respeito à carne. 

Os produtos responsáveis pelo desmatamento, como a carne bovina do Brasil, não deveriam mais ser vendidos. No entanto, basta dar uma olhada nas prateleiras da Migros para ver que essa carne ainda está à venda. A Migros responde a essa contradição dizendo que a carne em questão vem de regiões do Brasil “que não são afetadas pelo desmatamento”. 

Fonte: Blick.chLink externo, em 10.04.2025 (em francês) 

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Moderador: Pauline Turuban

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