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Operação de Lula no foco da imprensa helvética

Três pessoas dando uma coletiva de imprensa
Os médicos que operaram o presidente Lula explicam a jornalistas os detalhes da operação realizada. EPA/ISAAC FONTANA

O presidente Lula se recupera bem de duas cirurgias cerebrais após uma hemorragia causada por uma queda, enquanto o vice Alckmin assume parte das funções presidenciais. No Brasil, a pobreza recuou com o Bolsa Família e a recuperação econômica. No cenário internacional, o acordo UE-Mercosul pressiona a Suíça a agilizar suas negociações com o Mercosul, gerando divergências entre os setores agrícola e industrial.

De 7 a 13 de dezembro de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

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Lula se recupera bem após cirurgia cerebral, dizem médicos

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, está se recuperando bem após uma segunda cirurgia cerebral bem-sucedida no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Os médicos afirmam que ele apresenta “perfeitas condições neurológicas” e que poderá deixar a UTI ainda hoje, com previsão de alta hospitalar na próxima semana. A operação foi realizada para reduzir o risco de novas hemorragias após uma queda em outubro que causou uma hemorragia intracraniana.

A cirurgia foi um procedimento endovascular para bloquear o fluxo sanguíneo na artéria meníngea média, reduzindo o risco de nova hemorragia para menos de 5%. O dreno usado na primeira operação foi removido sem complicações, e o presidente já está acordado e conversando. De volta a Brasília, Lula poderá retomar suas atividades presidenciais, mas precisará de repouso relativo por algumas semanas, segundo o médico Roberto Kalil.

O acidente ocorreu em 19 de outubro, quando Lula caiu no banheiro de sua residência oficial, resultando em pontos na cabeça e no cancelamento de uma viagem à Rússia. Mesmo assim, ele manteve uma agenda intensa, incluindo a cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Embora o vice-presidente Geraldo Alckmin tenha assumido algumas funções, Lula segue formalmente no comando, assinando documentos eletronicamente e mantendo a liderança do governo, apesar das especulações sobre seu futuro político e uma possível candidatura em 2026.

Fonte: Blick em 13.12.2024Link externo (em alemão)

Lula apresenta boa evolução clínica

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, foi submetido a uma cirurgia de emergência após uma hemorragia cerebral causada por uma queda no banheiro em outubro. O caso foi coberto pelo correspondente da televisão pública alemã ZDF no Brasil.

Inicialmente, a lesão foi tratada como leve, mas a situação se agravou, exigindo uma operação no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Lula passou por uma craniotomia para drenar o hematoma. Segundo os médicos, o procedimento foi bem-sucedido, e o presidente já está extubado, consciente e se recuperando em tratamento intensivo.

De acordo com o médico Roberto Kalil, Lula apresentou boa evolução clínica, está estável, falando normalmente e se alimentando. Não são esperados danos neurológicos, e a previsão é de recuperação total.

Enquanto Lula se recupera, o vice-presidente Geraldo Alckmin assumirá as funções presidenciais. A volta de Lula a Brasília está prevista para o início da próxima semana, mas ele não receberá visitas de trabalho no hospital até lá.

Fonte: nau.ch em 11.12.2024Link externo (em alemão)

Operação de emergência após hemorragia cerebral

O jornal suíço 20 Minuten, o de maior circulação no país, informou que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, está em tratamento intensivo após sofrer uma hemorragia intracraniana causada por um acidente doméstico. Segundo a publicação, Lula procurou o hospital em Brasília por conta própria após sentir fortes dores de cabeça. Após o diagnóstico, ele foi transferido para um hospital especializado em São Paulo, onde passou por uma cirurgia no crânio. Apesar de a operação ter ocorrido sem complicações, o presidente permanece sob observação na unidade de terapia intensiva (UTI).

O 20 Minuten destacou que este não é o primeiro problema de saúde recente de Lula. No final de outubro, o presidente sofreu uma queda em casa, que resultou em uma pequena hemorragia cerebral e um ferimento na parte de trás da cabeça, precisando de pontos. Os recentes incidentes de saúde levaram o presidente a cancelar compromissos internacionais importantes, incluindo sua participação no Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, no Peru, e na cúpula do clima COP29, no Azerbaijão.

O jornal suíço ressaltou a incerteza sobre o futuro político do Brasil, já que a recuperação de Lula será crucial para a continuidade de sua agenda presidencial. Uma coletiva de imprensa está prevista para hoje com o objetivo de atualizar o estado de saúde do presidente, cuja condição de saúde tem gerado preocupações quanto à estabilidade de sua liderança no país.

Fonte: blick.ch em 10.12.2024Link externo (em alemão)

Agricultores suíços na defensiva após o acordo UE-Mercosul

O Le Temps destacou o impacto do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que enfrenta resistência de países como França, Itália e Polônia. Enquanto isso, a Suíça, que negocia um acordo semelhante por meio da EFTA, está em alerta, especialmente o setor agrícola.

A União dos Agricultores Suíços (USP) teme que o Mercosul agora priorize o acordo com a EFTA e exige que as especificidades da agricultura suíça sejam respeitadas. O diretor da Prométerre, Martin Pidoux, afirma que o setor agrícola suíço “não tem nada a ganhar, mas muito a perder”, dada a concorrência desleal com os produtos mais baratos do Mercosul.

Por outro lado, o setor industrial suíço, especialmente o farmacêutico, se beneficiaria com tarifas reduzidas para 95% das exportações suíças. A Swissmem vê o acordo UE-Mercosul como um “alerta” para a Suíça acelerar suas negociações com o Mercosul. O governo suíço espera que o avanço europeu libere o Mercosul para focar no acordo com a EFTA.

Fonte: Le Temps em 10.12.2024Link externo (em francês)

Suíça fica para trás em relação à UE

O NZZ (Neue Zürcher Zeitung) publicou um artigo destacando o impacto do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul para a Suíça, que agora enfrenta pressão para concluir o tratado negociado pela EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre). O acordo, anunciado como “finalizado em substância” em 2019, segue inconcluso cinco anos depois, enquanto o Mercosul fechou recentemente o tratado com a UE, deixando a Suíça em desvantagem comercial.

A Economiesuisse, principal associação empresarial suíça, alerta que a demora pode gerar uma “séria desvantagem competitiva”. O governo suíço alega que a pandemia e as mudanças de governo no Mercosul explicam o atraso, mas afirma que as negociações foram retomadas em 2023, com previsão de conclusão até 2025.

O artigo destaca o superávit comercial da Suíça com o Mercosul, que exportou cerca de 3,6 bilhões de francos em 2023, especialmente produtos farmacêuticos, máquinas e relógios, enquanto as importações somaram 648 milhões de francos. O tratado promete a eliminação de tarifas sobre 95% das exportações suíças, o que pode economizar CHF 180 milhões por ano.

Por outro lado, o setor agrícola suíço se mantém cauteloso. O acordo não deve abrir significativamente o mercado suíço para produtos agrícolas do Mercosul, já que as concessões feitas apenas formalizam práticas de importação já existentes. No entanto, a Associação Suíça de Agricultores exige que o tratado respeite as peculiaridades locais, como custos de produção e normas de qualidade.

O texto ressalta que o caminho político não será fácil, pois grupos ambientais e organizações agrícolas podem contestar o tratado, temendo a falta de garantias para a proteção da Amazônia e dos direitos humanos. Assim, o verdadeiro desafio político ocorrerá após a assinatura do acordo.

Fonte: NZZ em 10.12.2024Link externo (em alemão)

Brasil conseguiu tirar 9 milhões de pessoas da pobreza

O site da televisão pública suíça SRF destacou a significativa redução da pobreza no Brasil, impulsionada por programas sociais e pelo aumento da renda. Segundo o IBGE, entre 2022 e 2023, cerca de 8,7 milhões de brasileiros saíram da pobreza, enquanto o número de pessoas em extrema pobreza caiu de 12,6 milhões para 9,5 milhões, o menor nível desde 2012. Esses dados refletem os efeitos de políticas de transferência de renda e a melhora nas condições do mercado de trabalho.

O Bolsa Família, programa de transferência de renda liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi apontado como um dos principais responsáveis por essa mudança. Beneficiando cerca de um quarto das famílias brasileiras, o programa condiciona os pagamentos à frequência escolar e à realização de exames de saúde das crianças. Para a professora Barbara Fritz, da Freie Universität Berlin, a reativação do programa e a recuperação econômica foram decisivas para a redução da pobreza no país.

Embora o Bolsa Família seja criticado por uma possível dependência dos beneficiários em relação ao Estado, estudos internacionais destacam seus impactos positivos. Filhos de beneficiários permanecem mais tempo na escola e entram mais rapidamente no mercado de trabalho. Apesar dos avanços, o IBGE alerta que os valores das transferências ainda são baixos. De acordo com as linhas de pobreza do Banco Mundial, pobres são os que vivem com menos de R$ 665 por mês, e extremamente pobres, com menos de R$ 209. Especialistas afirmam que seriam necessários valores cinco vezes maiores para garantir uma subsistência digna às famílias brasileiras.

Fonte: srf.ch em 09.12.2024Link externo (em alemão)

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 20 de dezembro. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

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