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Supermercados suíços contribuem no desmatamento da Amazônia

A origem da carne importada do Brasil para a Suíça não é confiável, afirma a ONG Greenpeace.
A origem da carne importada do Brasil para a Suíça não é confiável, afirma a ONG Greenpeace. Keystone/Alessandro Della Bella

Redes varejistas suíças não são confiáveis quanto à procedência da carne. O museu de arte de Basileia abre uma incrível retrospectiva da artista luso-britânica Paula Rego. E uma divertida reportagem sobre a eleição da Miss Bumbum - confira aqui os assuntos do mundo lusófono sobre os quais a imprensa suíça se debruçou.

De 28 de setembro a 4 de outubro de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal ou África lusófona.

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“Nada confiável”: estudo ambiental denuncia varejistas Migros e Coop

Durante anos, as duas redes de supermercados têm afirmado que não estão envolvidos no desmatamento. Um novo estudo do Greenpeace afirma o contrário.

Um estudo encomendado pelo Greenpeace e agora publicado fornece o impulso para as críticas. Ele conclui que ambos os supermercados continuam a vender carne bovina do Brasil. Embora nenhum outro setor esteja dizimando a floresta tropical tanto quanto a pecuária brasileira.

Isso está minando a credibilidade dos varejistas. Eles afirmam que também dão importância a cadeias de suprimento sustentáveis para a carne bovina. O Migros, por exemplo: “As importações do Brasil foram excluídas desde 2020 devido a vários riscos”, escreveu no documento de estratégia mencionado acima. O Migros também garantiu aos jornais “Bauernzeitung” e ao “20 Minuten”, em 2022, que não forneceria mais carne bovina do Brasil.

O estudo do Greenpeace contradiz isso. A ONG investigou a origem de vários produtos de carne na Migros. Por exemplo, o beef jerky da marca Jack Link’s. Na loja on-line da Migros e na embalagem, a origem da carne bovina é rotulada como “Brasil”. Parte da carne seca da M-Budget também vem do Brasil, e a Coop não se saiu melhor no estudo. Entre outras coisas, foi analisada a origem da carne enlatada da marca Bonfine. Em 2022, a Coop ainda defendeu sua carne enlatada para o jornal “Bauernzeitung”: “O fabricante garante o fornecimento responsável de matérias-primas”.

O estudo do Greenpeace afirma o contrário: a carne enlatada vem da JBS. O maior exportador e açougueiro do Brasil é famoso por seus fornecedores. A organização de direitos humanos Global Witness escreveu em agosto que uma área de floresta tropical do tamanho de um campo de futebol é desmatada todos os dias somente para as fazendas de gado da JBS. Isso também foi criticado em um estudo do Greenpeace, que analisou imagens de satélite da fazenda de um fornecedor da JBS.

Fonte: WatsonLink externo, em 30.09.2024 (em alemão)

"Oratório" (2009), da artista luso-britânica Paula Rego (1935-2022)
“Oratório” (2009), da artista luso-britânica Paula Rego (1935-2022). Keystone / Georgios Kefalas

Basileia endossa a imortalidade de Paula Rego

Até o momento, o trabalho da artista portuguesa e britânica Paula Rego quase jamais foi exposto neste país. Na Inglaterra, entretanto, a artista está presente em exposições e coleções (incluindo a Tate Gallery) há décadas.

Ela se formou na renomada Slade School, em Londres, onde se casou com o pintor inglês Victor Willing e onde viveu e trabalhou, intercalando estadias em Portugal.

Ela fez parte do cenário artístico da Inglaterra, especialmente de sua tradição de arte figurativa e de contar histórias com imagens. (Lucian Freud, entre outros, lecionou na Slade School.) Mas ela também expôs regularmente em Portugal e, desde 2009, existe um museu bijuteria para suas obras em Cascais – a “Casa das Histórias Paula Rego”, construída pelo vencedor do Prêmio Pritzker Eduardo Souto de Moura.

O Kunstmuseum Basel está apresentando a primeira retrospectiva do trabalho de Paula Rego desde que a artista morreu em 2022, aos 87 anos. É também a primeira grande exposição na Suíça. Ela inclui mais de cem obras a partir da década de 1950, pinturas de grande formato, gravuras, desenhos e figuras têxteis.

São exibidas exclusivamente figuras, ou seja, nem naturezas-mortas nem paisagens, mas um espectro muito amplo de temas figurativos, como ilustrações, obras literárias, mundos oníricos e uma grande quantidade que atinge profundamente o cosmos da psicanálise junguiana.

Fonte: Journal21.ch Link externoem 30.09.2024 (em alemão)

Bets afligem os mais pobres

Reportagem do diário conservador Neue Zürcher Zeitung destaca o impacto dos sites de apostas, também conhecidos como bets, nas camadas mais pobres da população brasileira.

De acordo com o Banco Central, os brasileiros apostam atualmente cerca de 20 bilhões de reais, o equivalente a 3,7 bilhões de dólares, em plataformas de apostas digitais todos os meses. 24 milhões de pessoas apostaram dinheiro digitalmente pelo menos uma vez em 2024. Isso corresponde a um quarto da população ativa. A maioria dos jogadores tem entre 20 e 30 anos de idade e muitos deles são pobres. De acordo com um estudo do Instituto Locomotiva, que analisa os hábitos de consumo dos grupos de renda mais pobres, quase uma em cada quatro famílias de baixa renda, com renda mensal entre 230 e 1.600 dólares, aposta pelo menos uma vez por mês. Cerca de 86% estão endividadas.

Um quarto da assistência social do Bolsa Família paga em todo o país agora vai parar nas contas dos provedores de apostas digitais todos os meses. E é aí que ele fica: apenas um terço dos jogadores mais pobres retira seus ganhos e os consome fora do negócio de apostas, segundo a Locomotiva.

O Brasil é o terceiro maior mercado de apostas digitais do mundo
De acordo com a consultoria de gestão PwC, o Brasil já é o terceiro maior mercado de apostas on-line do mundo, depois dos EUA e do Reino Unido. O termo inglês “bets” para apostas on-line já entrou na linguagem comum. Isso é útil para a imagem do setor: “jogo” é traduzido como “má sorte” no Brasil.

Nesse meio tempo, o vício em apostas teve um impacto econômico real: Apesar das sólidas taxas de crescimento, do alto nível de emprego e dos aumentos salariais significativos desde 2022, as faixas de renda mais baixas ainda não recuperaram o poder de compra relativo que tinham antes da pandemia, de acordo com a PwC. Varejistas, varejistas de moda, fabricantes de móveis, fabricantes de bens de consumo pessoal, bancos – todos eles estão lutando contra a estagnação ou o colapso das vendas.

Fonte: NZZLink externo em 04.10.2024 (em alemão)

Suíça apoia plano de Brasil e China, para ira da Ucrânia

O governo ucraniano está irritado com a Suíça. O motivo? Nicolas Bideau, chefe de comunicações do Departamento de Relações Exteriores (DFAE), se manifestou a favor de um plano de paz para a Ucrânia proposto pela China e pelo Brasil.

Na semana passada, a Suíça foi o único país ocidental a participar de uma reunião organizada pela China e pelo Brasil à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York. A Confederação participou da reunião como observadora. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia informou que a Suíça e a Ucrânia continuam a trabalhar juntas para incentivar os países a assinarem a declaração final da cúpula de Bürgenstock em junho passado. Todos os planos para restaurar a paz na Ucrânia devem respeitar dois princípios:

“Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”.
E os planos devem se basear na Carta da ONU e respeitar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.

E esse é o ponto de discórdia. A Ucrânia rejeita planos de paz que prevejam a cessão do território ucraniano à Rússia. Agora parece haver uma diferença de opinião sobre se a China e o Brasil estão ou não se referindo à Carta da ONU. A Carta afirma que “todos os membros devem se abster, em suas relações internacionais, da ameaça ou do uso da força contra a integridade territorial”.

Fonte: 24HeuresLink externo em 30.09.2024 (em francês)

Júri analisa as candidatas - concurso Miss Bumbum é uma aberração para a colunista suíça ( e certamente para grande parte das mulheres, não importa a nacionalidade).
Júri analisa as candidatas – concurso Miss Bumbum é uma aberração para a colunista suíça ( e certamente para grande parte das mulheres, não importa a nacionalidade). Keystone

O espanto suíço frente a veneração do bumbum brasileiro

Articulista da revista online Watson se admira do concurso de Miss Bumbum 2024 que será definido dia 4 de outubro em São Paulo.

Enquanto a Suíça coroará o mais belo penteado “mullet”, um “patrimônio nacional”, no Brasil é o bumbum mais bonito que terá seu momento de glória na sexta-feira, 4 de outubro.
Para os organizadores do concurso Miss Bumbum 2024, o objetivo é “destacar a diversidade e a inclusão” por meio dessa competição, que contará com um número recorde de mulheres trans participando desta edição de 2024.

“Este evento não é apenas um concurso de beleza, mas uma celebração da confiança, diversidade e autenticidade das mulheres brasileiras.” ”A vencedora receberá não apenas o título, mas também contratos de publicidade”, dizem os organizadores.

Esses contratos incluem uma parceria com uma plataforma que oferece “conteúdo exclusivo para adultos” aos fãs, ou seja, fotos sensuais de nudez em locais exóticos “e na presença de animais selvagens – cobras, araras e até mesmo um cavalo”, explica o organizador em seu site.

Fonte: Watson Link externoem 04.10.2024 (em francês)

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Moderador: Sara Ibrahim

IA: risco ou aliada do trabalhador?

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 4 de outubro. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

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