![Ilustração Helvetia com uma pomba](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2025/02/Botschaft_Focus_rznew.jpg?ver=cadceb62)
Quando os países não falam mais entre si
A Suíça mantém relações diplomáticas com praticamente todos os países do mundo. A neutralidade e os bons ofícios são dois pilares da política externa do país. Isso a levou, ao longo da história, a exercer mandatos de potência protetora.
Atualmente, a Suíça assume oito mandatos de potência protetora. Entre outros, representa os interesses dos EUA no Irã. “Um mandato de potência protetora não é uma missão de mediação”, explicou o ex-embaixador suíço Tim Guldimann há alguns anos. Como embaixador suíço no Irã, ele atuou de 1999 a 2004 como canal de comunicação entre Washington e Teerã. Nesse papel, era mais um mensageiro. “A transmissão de informações no âmbito deste mandato ocorre de maneira muito discreta”, disse o diplomata.
![Engineers fix Aramco s oil operator at processing facility](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2019/09/bb497b31f3d75b08b424871fd26e7537-392312323_highres-data.jpg?ver=89d910e4)
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Quão bons são os “bons ofícios” da diplomacia suíça?
O mandato de potência protetora garante aos países um mínimo de contatos mútuos após a ruptura de suas relações diplomáticas ou consulares.
Como potência protetora, a Suíça assume tarefas diplomáticas e consulares em nome de outro país. Ela transmite mensagens entre os países em conflito, garante a proteção da propriedade do país representado e assegura a emissão de passaportes e vistos.
A Suíça é um dos poucos países que ainda hoje assumem mandatos de potência protetora como pilar das atividades de promoção da paz. Mas não é o único: a Suécia possui vários mandatos para a Coreia do Norte e dentro do país.
![Mohammad Reza Haji Karim Jabbari](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2020/01/33ef4f1a5966d43efa6be15a0e7e3775-200117_iranianambassador-data.png?ver=d0c4107e)
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“Sem a Suíça, a situação poderia ser pior”
Os atuais mandatos de potência protetora da Suíça:
Equador na Venezuela: desde dezembro de 2024, a Suíça representa os interesses diplomáticos do Equador na Venezuela. As atividades consulares para equatorianos na Venezuela continuam sendo realizadas por pessoal equatoriano.
México no Equador/Equador no México: desde junho de 2024, a Suíça atua como potência protetora do México no Equador e do Equador no México. Ambos os países conduzem os assuntos consulares localmente com seu próprio pessoal.
![Policiais atuando](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2024/06/607700845_highres.jpg?ver=97d361a1)
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Suíça media disputa entre México e Equador
Irã no Canadá: a Suíça representa os interesses do Irã no Canadá desde 2019. Este mandato não inclui serviços consulares.
Rússia na Geórgia/Geórgia na Rússia: a Suíça mantém, desde 2009, um mandato de potência protetora para os interesses georgianos na Rússia e russos na Geórgia. A Suíça assumiu esses mandatos após a guerra entre os dois países em 2008. Considerando os desenvolvimentos recentes na região, o futuro desses mandatos permanece incerto.
EUA no Irã: desde a crise dos reféns na embaixada dos EUA em Teerã, em 1980, a Suíça representa os interesses dos EUA no Irã. Isso inclui questões como a proteção consular de cidadãos americanos.
![Procissão fúnebre](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2020/01/c4c36cd414a94e85c53b3697af449e63-403825463_highres-data.jpg?ver=745af2e6)
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A Suíça medeia a comunicação entre EUA e Irã
Irã no Egito: este mandato de potência protetora remonta a 1979 e é o mais antigo entre os atuais mandatos da Suíça.
Japão e Cuba: da II Guerra Mundial até hoje
Até 2023, a Suíça também representou, por alguns anos, a Arábia Saudita no Irã e o Irã na Arábia Saudita. Esse foi apenas o mais recente mandato de potência protetora revogado, em uma longa lista de países que retomaram suas relações diplomáticas.
A Suíça assumiu a maioria dos mandatos de potência protetora durante a II Guerra Mundial. Em determinados momentos, com centenas de mandatos simultâneos, representava os interesses de dezenas de países em diversas partes do mundo. Em alguns momentos, os chamados “bons ofícios” chegaram aos holofotes da política mundial: foramLink externo funcionários suíços em Berna e Washington que transmitiram mensagens entre o Japão e os EUA. Em 14 de agosto de 1945, um funcionário suíço enviou uma mensagem criptografada à representação suíça em Washington sobre a capitulação japonesa, antes que o então presidente dos EUA, Harry S. Truman, declarasse o fim do conflito.
![](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2015/07/423329e09541b081aae4391fc868163e-gettyimages-50409835-jpg-data.jpg?ver=504e83bc)
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Entre Cuba e EUA é hora de arriar a bandeira suíça
Durante a Guerra Fria, os bons ofícios suíços continuaram sendo requisitados. Apenas um dia após os EUA romperem relações diplomáticas com Cuba, em 1961, o governo americano solicitou à Suíça que representasse seus interesses no país. Durante a “Crise dos Mísseis de Cuba”, foi tarefa do embaixador suíço “corrigir percepções errôneas de ambos os lados”, como explicou um diplomata da época.
Após o fim da Guerra Fria, a Suíça também representou os interesses de Cuba nos EUA. Esse papel terminou em 2015, quando os dois países reabriram suas embaixadas nas respectivas capitais.
Em busca de novos mandatos
A Suíça deseja obter novos mandatos e está empenhada em oferecer ativamente seus bons ofícios. No entanto, o ponto crucial é que ambos os países envolvidos devem concordar com a representação, o que nem sempre ocorre.
![Cassis e McMullen assinam acordo de bons escritórios na Venezuela.](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2022/08/afa3bc92698c23c59084426aff903a90-375264465_highres-data.jpg?ver=1730ba0a)
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Acordo de “bons ofícios” Suíça-EUA-Venezuela permanece bloqueado
Por exemplo, a Venezuela rejeitou, em 2019, um mandato no qual a Suíça representaria os interesses dos EUA na Venezuela. Da mesma forma, a Rússia recusou, em agosto de 2022, um mandato de potência protetora no qual a Suíça representaria os interesses da Ucrânia na Rússia, justificando sua rejeição com o argumento de que a Suíça apoiou sanções contra Moscou.
![Lavrov](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2022/09/502fb7137e921e532427afe13ae6929e-cassis_lawrow-data.jpg?ver=cc3eaf3d)
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Suíça volta a oferecer bons ofícios à Rússia
![Newsletter](https://www.swissinfo.ch/content/wp-content/uploads/sites/13/2024/04/newsletter_teaser_generic.jpg?ver=14ef7776)
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Newsletters
Edição: Benjamin von Wyl
Adaptação: Alexander Thoele
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