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Aumenta o comércio eletrônico de remédios ilegais

Compra de remédios via internet é fácil, mas arriscada.

O comércio de remédios ilegais e a venda de medicamentos falsificados têm um forte aumento na Suíça. Na maioria dos casos, trata-se de produtos que podem ser comprados via internet.

Pelo menos 50 mil remessas desse tipo chegam anualmente ao país através do correio. A alfândega suíça já registrou este ano cerca de 450 remessas suspeitas de conter medicamentos ilegais ou falsificados.

Discretamente e, na maioria das vezes, remédios para aumentar a potência (como viagra) ou para emagrecer, anabolizantes e as chamadas pílulas lifestyle são apresentadas na internet.

Duvidosas “farmácias eletrônicas” inundam os computadores em todo o mundo com emails de propaganda desses produtos. Bastam alguns cliques e eles são fornecidos em poucos dias pelo correio. A compra confortável sem precisar enfrentar fila no consultório médico atrai cada vez mais pessoas.

Mas os consumidores brincam com sua saúde, adverte o Instituto Suíço de Produtos Terapêuticos (Swissimedic). Eles tomam os medicamentos sem conhecer os riscos e efeitos colaterais. Além disso, há o perigo de que as falsificações não tenham efeito ou provoquem efeitos imprevisíveis, acrescenta a autoridade.

Com base na coleta de amostras, em 2007, a alfândega suíça descobriu 366 remessas de medicamentos falsos; este ano já foram 450. “Esses números são apenas a ponta do iceberg”, explica Karoline Mathys, diretora de controle de mercado do Swissmedic.

O instituto calcula que, anualmente, pelo menos 50 mil dessas remessas entram na Suíça por correio. “Se tivéssemos mais pessoal, poderíamos aumentar o controle e apreender mais remessas suspeitas”, diz Daniel Wagner, da administração de alfândegas.

Produtos da Índia e da Tailândia



Cerca de um terço dos pacotes suspeitos vem da Índia ou da Tailândia. Em apenas dois dias, em junho passado, peritos do Swissmedic e da alfândega de Zurique descobriram 311 remessas de remédios entre um total de 673 pacotes oriundos da Índia e da Tailândia.

Para avaliar os riscos à saúde, Swissmedic analisou 44 amostras de 25 diferentes tipos de remédios para a potência. Resultado: um remédio continha em todas as cinco formas de preparação o thioaildenafil, uma substância cujo efeito farmacológico e toxicológico é completamente desconhecido.

A maioria dos comprimidos continha vardenafil (ingrediente ativo do levitra). Essas substâncias estão liberadas em diferentes dosagens também na Suíça. Em três casos, as análises de laboratório revelaram que os remédios continham combinações de substâncias não declaradas na embalagem. Em outros casos, as doses recomendadas eram excessivas.

A maioria dos consumidores não tem consciência dos riscos que corre ao comprar medicamentos através da internet, adverte o Swissmedic. Junto com as associações da indústria farmacêutica e das farmácias, Swissmedic faz uma campanha para sensibilizar a população e conter a inundação do mercado com remédios ilegais e falsificados.

swissinfo com agências

O comércio de medicamentos com remessa por correio é proibido na Suíça, mas há várias exceções. Nesses casos, o pacote tem de conter uma receita médica.

A compra de remédios via internet no exterior é permitida, mas restrita a um volume que uma pessoa possa consumir no mês.

Em 2006, o Swissmedic abriu 271 inquéritos por transgressões da legislação sobre venda de medicamentos. Em regra, o produto barrado na alfândega é destruído e quem o encomendou leva uma multa de 300 francos.

Em 2007, houve 366 desses inquéritos; em 14 casos, os envolvidos tiveram de responder a processos judiciais.

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