Aumenta o número de casos de suspeita de gripe suína
O número de casos de suspeita subiu para 26 na Suíça. Segundo a Secretaria Federal de Saúde, há indícios de que um caso da doença em Genebra possa se confirmar.
A OMS elevou para 5 o nível de alerta para uma pandemia de gripe suína. O governo suíço criou uma força-tarefa encarregada de coordenar os trabalhos de prevenção e combate a uma possível pandemia.
Um caso em Genebra parece que pode ser positivo, disse Thomas Zeltner, diretor da Secretaria Federal de Saúde (SFS), nesta quarta-feira, em Berna. Até as 18h (horário local) foram registrados 26 casos de suspeitas de gripe suína na Suíça.
Um paciente que havia sido internado na última segunda-feira no hospital cantonal de Baden (norte do país) teve alta hoje. Os exames de laboratório não confirmaram a suspeita de infecção com o novo vírus A/H1N1.
Com isso, não há na Suíça nenhum caso definitivamente confirmado. Os 26 casos de suspeita estão distribuídos pelos cantões Aargau, Berna, Basileia, Genebra, St.-Gallen, Vaud, Valais e Zurique. Na terça-feira (ontem) eram nove casos.
Quanto à situação de risco na Suíça, “não se pode descartar, em princípio, que casos isolados do novo ramo de influenza A/H1N1 sejam importados por viajantes que retornam das regiões atingidas”, diz um comunicado da SFS.
Força-tarefa e nível de alerta 5
O Conselho Federal (Executivo suíço) criou uma força-tarefa para o combate a uma possível pandemia da gripe suína (ou “nova gripe”). Coordenada pelo secretário-geral do Ministério do Interior, Pascal Strupler, ela deve aconselhar e apoiar os governos federal e estaduais.
A equipe especial foi criada em consequência da elevação para 4 do nível de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e com base na regulamentação sobre pandemias de influenza. À noite, a OMS elevou de 4 para 5 o nível de alerta. A fase 5 é a segunda mais alta da escala da OMS que alerta que uma pandemia de uma doença grave é iminente.
A força-tarefa do governo suíço deve acelerar principalmente os procedimentos burocráticos enquanto existir a ameaça de pandemia ou durante sua ocorrência – caso ela venha a ocorrer. A direção operacional de prevenção e combate de qualquer pandemia continua com a Secretaria Federal de Saúde, que mantém contato constante com as autoridades de saúde no país e no exterior.
Corrida às farmácias
Apesar de a Suíça não ter nenhum caso confirmado da “nova gripe”, alguns jornais do país informam que, em algumas regiões, há uma corrida às compra do medicamento Tamiflu e de máscaras de proteção do nariz e da boca. (leia mais no Blog Coisas da Suíça – link na coluna à direita).
Preocupados estariam também os turistas que tinham viagens marcadas para o México. Segundo a agência Kuoni, a maior da Suíça, muitos mudaram os destino de férias, outros aproveitam a escala em Cuba para fazer na “ilha de Fidel”.
A companhia aérea Swiss incluiu na farmácia de bordo dos seus aviões o remédio Tamiflu. Além disso, os vôos de longa distância terão o chamado “Flu-Kit” (equipamento de gripe), que contém a proteção bucal Tamiflu, luvas e termômetro.
Temor de resistência ao Tamiflu
Segundo Pietro Vernazza, diretor do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital de St-Gallen, tanto o Tamiflu (produzido pelo laboratório suíço Roche) quanto o Relenza (outro medicamento) são ferramentas essenciais para combater uma possível pandemia.
“Tamiflu e Relenza são muito importantes, mas devem ser usados com muito cuidado”, explica Vernazza à swissinfo. “O temor é que, se os usamos de forma imprópria pode ser criado um maior risco de resistência que se desenvolva muito rapidamente. Se conseguirmos impedir o desenvolvimento da resistência do vírus, estes medicamentos salvarão vidas”.
Vernazza explica que o medicamento não deve ser usado como com preventivo para o conjunto da população e sim ser dado nas 12 primeiras horas ao paciente que mostra sintomas de gripe suína. Se o tratamento for iniciado tarde demais, a efetividade do medicamento seria reduzida e aumentariam as possibilidades de resistência.
swissinfo, Geraldo Hoffmann e Matthew Allen (atualizado às 23h)
Até as 18h (horário centro-europeu) desta quarta-feira (29/4), a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia confirmado a ocorrência de 148 casos de infecção com o vírus A/H1N1 em nove países:
México: 26 (7 mortes)
EUA: 91 (1 morte)
Canadá: 13
Alemanha: 3
Nova Zelândia: 3
Grã-Bretanha: 5
Espanha: 4
Israel: 2
Áustria: 1
Segundo as autoridades mexicanas, há 2.498 casos de suspeita de infecção com o “novo vírus”, entre eles 159 casos de morte que estão sendo analisados – 1.311 pessoas continuam em tratamento hospitalar.
Nos países da União Europeia, as autoridades nacionais tinham confirmado 13 casos de infecção até o meio-dia desta quarta-feira.
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