O dia 27 de janeiro foi instituído como o Dia de Memória do Holocausto, para lembrar os seis milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. swissinfo.ch relembra as políticas questionáveis da Suíça durante a guerra em relação aos judeus que fugiam da perseguição nazista.
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Julie trabalhou como repórter de rádio para a BBC e rádios independentes em todo a Grã-Bretanha antes de entrar para a antiga Rádio Suíça Internacional (RSI), a predecessora da swissinfo.ch. Depois de freqüentar a escola de cinema, Julie trabalhou como cineasta independente antes de retornar à swissinfo.ch em 2001.
Após a guerra, para salvaguardar o sigilo bancário, os bancos suíços recusaram-se a divulgar detalhes das contas dormentes, também chamadas de ‘contas sem herdeiros’, detidas pelas vítimas do Holocausto. Isso levou o governo a estabelecer, 50 anos depois do fim do conflito, uma comissão independente de especialistas liderada pelo historiador Jean-François Bergier, para investigar aspectos específicos do comportamento da Suíça em tempo de guerra. O trabalho começou em 1996 e durou anos.
A comissão concluiu que as autoridades suíças “ajudaram o regime nazista a alcançar seus objetivos”, fechando as fronteiras do país a milhares de refugiados judeus, efetivamente enviando-os de volta para a morte certa. Durante a guerra, cerca de 300 mil pessoas atravessaram as fronteiras fugindo dos países ocupados pelos nazistas. Dos refugiados civis, cerca de 30 mil eram judeus. No entanto, cerca de 24.500 civis, principalmente judeus, foram mandados de volta.
Racismo em jogo
A comissão minimizou a teoria de que as ações do governo contra os refugiados foram ditadas pelo isolamento do país no meio da Europa ocupada pelos nazistas. Em 1942, as autoridades suíças definitivamente fecharam suas fronteiras aos refugiados que fugiam “apenas por razões raciais”, diz o relatório.
O governo suíço acatou o relatório e, em 1999, repetiu uma desculpa formal ao povo judeu oferecido pela primeira vez em 1995.
Em 1998, os bancos suíços UBS e Credit Suisse chegaram a um acordo com o Congresso Mundial Judaico em um processo iniciado em 1995 em Nova York. Os bancos concordaram em pagar US$ 1,25 bilhão (CHF 1,16 bilhões) às vítimas do Holocausto ou seus herdeiros.
Destes, US$ 800 milhões (CHF 770 milhões) foram destinados ao reembolso de pessoas cujo dinheiro permaneceu em contas bancárias suíças após a guerra. Outros US$ 425 milhões (CHF 409 milhões) foram designados para sobreviventes do Holocausto, refugiados expelidos das fronteiras suíças, e pessoas detidas na Suíça para realizar trabalhos forçados.
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