Fórum de Davos terá proteção do Exército
A Câmara e o Senado aprovaram o engajamento do exército na segurança do Fórum Econômico Mundial (WEF) em janeiro, em Davos.
Os custos com a segurança estão cada vez altos e o Parlamento gostaria que o WEF fosse reduzido, no futuro.
A segurança das grandes reuniões internacionais está custando cada vez mais caro. O Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, no final de janeiro, não é uma exceção.
A tal ponto que foi solicitada uma forte presença do exército suíço. Como a instituição não tem, em princípio, a função de exercer a polícia interna, quando mais de dois mil homens são engajados é necessária a aprovação do Parlamento.
Foi o caso esta semana. Câmara e Senado aprovaram o envio de, no máximo, 6.500 soldados, ou seja, um batalhão inteiro.
Com que utilidade?
O debate no Parlamento girou em torno na utilidade desses grandes eventos. Uma minoria de esquerda era contra o envio do exército, criticando a “militarização da segurança interna”.
Mesmo à direita, que finalmente aprovou o envio da tropa, pede um redimensionamento “a dimensões razoáveis” do WEF, no futuro.
O ministro da Defesa, Samuel Schmid disse que, se faturados os custos reais, a operação custaria 18 milhões de francos (US 15 milhões). Ressaltou, no entanto, que, como a maioria dos enviados está no serviço militar obrigatório, os custos reais serão de apenas um milhão de francos.
Custos elevados
No ano passado, a segurança do Fórum de Davos custou 13 milhões de francos. Novamente este ano, ela vai corresponder a mais da metade do orçamento do encontro, ou seja, 22 milhões de francos.
Mesmo com algumas economias previstas, o governo estadual dos Grisões, onde ocorre o Fórum, calcula que as despesas de segurança serão da ordem de 11 milhões.
O Cantão dos Grisões, a prefeitura de Davos e o governo federal arcam com o essencial dos custos com a segurança.
Além dos soldados do exército, o governo federal contribuirá com 3 milhões em dinheiro mais uma garantia de 2 milhões, para as edições de 2004, 2005 e 2006.
O Cantão dos Grisões e o WEF entram com 2 milhões cada um e a prefeitura de Davos com 1 milhão.
No total, além do exército, a segurança deverá ter 2 mil pessoas.
Descentralização
No entanto, tanta segurança no local do Fórum pode não ser necessária. Os adversários do WEF, o mesmo movimento que também combate a OMC, Organização Mundial do Comércio, parece que vai optar por “bloqueios descentralizados”.
A estratégica principal seria bloquear o acesso dos participantes do WEF a Davos, dia 21 de janeiro, como uma resposta à militarização do WEF 2004, de acordo com um comunicado da Coordenação anti-WEF.
Outros tentarão organizar uma manifestação em Davos, apesar do forte esquema de segurança. O apelo foi lançado pela “Aliança Revolucionária” supra-regional contra o WEF, que exclui qualquer diálogo com o Fórum ou as autoridades.
Lembrança de Evian
O tom desse apelo lembra os excessos que ocoreram durante a Cúpula do G8, no verão passado, em Evian, mesmo com gastos de segurança de 43 milhões de francos (US 35 milhões).
A França e a Suíça pagaram 80% dos custos (17,2 milhões cada uma) e os 20% restantes (8,6 milhões) pelos Cantões (estados) suíços de Genebra, Vaud e Valais.
Além disso, o governo federal arcou ainda com os custos de mil policiais vindos da Alemanha, por uma montante de 5,3 milhões de francos.
swissinfo, Christian Raaflaub
(Tradução e adaptação: Claudinê Gonçalves)
– O Fórum Econômico Mundial (WEF), no final de janeiro em Davos, nos Alpes suíços, tratará de um grande número de temas sob o título geral de “Parceria pela prosperidade e segurança.”
– Na lista em detalhes, a integração Norte-Sul, o Iraque, o Oriente Médio, o Paquistão e a Arábia Saudita, “países chave”, segundo o fundador do WEF, Klaus Schwab.
– O WEF 2004 deverá contar com mil participantes do mundo dos negócios e outros mil entre cientistas, políticos, representantes de ongs e da mídia.
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