Imigrantes contribuem para a prosperidade suíça
A Suíça é um destino atrativo para os trabalhadores dos países da OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, segundo um estudo sobre imigração.
A imigração na Suíça está acima da média da OCDE e foi qualificada de “boa nova” para o país.
A estatísticas comparativas apresentadas em Paris demonstram que, em 2006, um total de 86.300 migrantes chegaram à Suíça e obtiveram uma autorização de residência de mais de un ano.
Foi um crescimento de 10% comparado ao ano anterior, muito maior do que a média da OCDE (5%).
“Crescimento contínuo”
“É uma notícia muito boa. O crescimento sustentado da economia suíça não teria sido possível nos últimos anos sem a imigração, principalmente de profissionais capacitados da Europa e de ultramar”, afirma à swissinfo Kurt Rohner, vice-diretor da Secretaria Federal de Migrações.
“A maioria dos estrangeiros vem para a Suíça para trabalhar. Não viriam se houvessem empregos disponíveis. Se a economia decrescer, a afluência de novos residentes cessará”.
Especialista em migração da OCDE, Thomas Liebig concorda com Rohner. “Em muitos países da OCDE, a migração e a mobilização de recursos nacionais teve um papel importante para suprir a demanda do mercado de trabalho.
Se o crescimento da imigração na Suíça procedente dos países da OCDE está no mesmo nível desde 2001, ela compensa a fraca evolução estatística da mão-de-obra doméstica, sublinha o estudo.
A população ativa suíça cresceu 8%, mas sem a imigração o crescimento seria de 3%.
Migração temporal
A Suíça também está entre os líderes em migração sazonal. Em 2006, quase 117 mil pessoas vieram trabalhar na Suíça por tempo limitado. É seis vezes mais do que outros países da OCDE, em comparação com suas populações.
O estudo indicou também que 70% dos imigrantes chegaram à Suíça devido o acordo de livre circulação de pessoas entre a Suíça e a União Européia.
Na Áustria, Bélgica, Dinamarca e Alemanha, a proporção de imigrantes da EU foi de 50% e de apenas 20% na França, Itália e Portugal.
O relatório da OCDE destacou que os países-membros devem adaptar melhor suas políticas migratórias para a provável demanda futura de trabalhadores em todos os setores de suas economias, abrindo progressivamente seus mercados aos trabalhadores pouco ou muito qualificados.
“Estou otimista porque a política laboral suíça leva em conta essa noção. Tentamos tornar o mercado de trabalho razoavelmente flexível, atraindo especialmente trabalhadores qualificados da EU e especialistas de outros países”, afirmou Rohner.
“Não necessitamos de uma legislação adicional, por exemplo, para os trabalhadores sazonais. O mais importante, contudo, é que a Suíça mantenha sua atratividade como país de negócios e bom lugar para viver.”
Acrescentou que a nova lei federal dos estrangeiros, em vigor desde o início deste ano, enfatiza a integração dos estrangeiros que já residem na Suíça e dos futuros imigrantes. “A lei reconhece, portanto, que necessitamos de estrangeiros, especialmente para o bem-estar atual e futuro de nosso país e de nossa economia”, concluiu Rohner.
swissinfo, Robert Brookes
Imigrantes por nacionalidade:
1) Alemanha
2) Portugal
3) França
4) Itália
5) Sérvia e Montenegro
6) Grã-Bretanha
7) Estados Unidos
8) Turquia
9) Áustria
10) Espanha
A imigração na Suíça aumentou em 2006 para um total de 102.700 pessoas. 63% provinham da União Européia. Foi o maior crescimento desde os anos 90.
Alemães e portugueses constituíram os maiores grupos de novos imigrantes, respectivamente, 24 e 12%.
Houve um declínio da imigração da Itália (5%) Sérvia (5%) e Espanha (5%), outrora os principais países de origem dos trabalhadores na Suíça.
Em 2006, 10.530 pedidos de asilo foram depositados (500 a mais do que em 2005). Esses dois anos tiveram o menor número de requerentes de asilo desde o final dos anos 80.
O número de naturalizações aumentou sensivelmente (20%), com 46.700 novos suíços em 2006, depois da mudança legal em vigor desde 1° de janeiro de 2006.
Foi o maior número em várias décadas. Os cidadãos sérvios foram o maior grupo de novos cidadãos helvéticos, com mais de 25% das nacionalizações (11.700 pessoas).
Os estrangeiros na Suíça representam mais de um quinto da população total de 7,6 milhões de habitantes.
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