Mesmo criticada, a “fórmula mágica” resiste
A chamada «fórmula mágica» existe há 40 anos e leva em consideração a força dos 4 principais partidos e o peso das regiões lingüísticas.
A questão das línguas não foi contestada mas a representação dos partidos sim, na eleição, na eleição de quarta-feira , pelo Parlamento, dos sete mebros do governo federal.
A repartição dos ministérios (4 para a região de língua alemã e 3 latinos) corresponde à proporção lingüística. Segundo o último senso, realizado em 2000, 63,9% dos suíços são germanófanos e 26,6% falam pelo uma das três línguas latidas da Suíça (francês, italiano e romanche).
A subida da direita
A repartição atual (2 ministros do PRD, 2 do PS, 2 do PDC e 1 da UDC) é mais problemática. Quando a chamada “fórmula mágica” começou, em 1959, a repartição dos 7 ministérios que formam o Conselho Federal (o Executivo suíço), era proporcional aos resultados obtidos pelos quatro maiores partidos.
Mas, de 10 anos para cá, vem ocorrendo um duplo fenômeno: a erosão constante do Partido Democrata-Cristão (PDC) e a ascensão contínua da União Democrática do Centro (UDC), o mais à direita dos quatro maiores partidos suíços.
Nas legislativas de 19 de outubro último, a UDC tornou-se o maior partido do país, com 26,6% dos votos, à frente do Partido Socialista (PS) com 23,3%, do Partido Radical-Democrático (PRD) com 17,3% e, por último, o Partido Democrata-Cristão (PDC), com 14,4%.
Etratégia complexa
Matemática superior, a UDC, liderada pela ala mais dura do partido, reivindica uma segunda cadeira no governo federal. Atualmente, ela tem uma cadeira no governo ocupada por Samuel Schimid, no Ministério da Defesa.
Para obter um segundo ministério, a UDC ataca o PDC e o PRD, os dois partidos que mais recuaram nas últimas eleições. Os mais vulneráveis são os democrata-cristãos, ou seja, a ministra Ruth Metzler (Justiça e Polícia) e Joseph Deiss (Economia).
Mas a estratégia é delicada. Para um desses dois ministérios, a UDC apresenta um candidato único, quando geralmente os partidos apresentam dois. Além disso, o candidato é Christoph Blocher, líder da ala mais dura do partido e o político mais polêmico do país nos últimos anos.
Se a estratégia contra o PDC falhar, a UDC poderá então atacar uma das duas cadeiras do Partido Socialista, sobretudo a de Micheline Calmy-Rey (Relações Exteriores).
A eleição do governo é indireta, feita pelo Parlamento, no início da cada legislatura de quatro anos.
Cotestação à esquerda
Se Blocher não for eleito, a UDC ameaça ir para a oposição o bloquear o máximo de ações do governo.
Mas parte da esquerda também contesta a “fómula mágica”. Desde os anos 80, a ala esquerda do Partido Socialista defende a saída de um governo controlado pela direita para a oposição.
Os socialistas não discutem o direito da UDC ter um segundo ministério mas, pelo menos oficialmente, diz que não aceita a candidatura única de Christoph Blocher.
Os socialistas também prometer votar pela manutenção da duas cadeiras do PDC. Socialista, verdes e UDC, juntos, têm 125 deputados e senadores, um a mais do que a maioria absoluta.
Se votarem em bloco, podem definir a composição do governo. Mas o voto é secreto e vê-se que a “fórmula mágica” continua sendo objeto de duras negociações.
swissinfo.
As línguas na Suíça, em 2000:
Alemão: 63,9%
Francês: 19,5%
Italiano: 6,6%
Romanche: 0,5%
Outras: 9,5%
O peso dos 4 maiores partidos em 2003:
– Partido Socialista: 23,3%
– União Democrática do Centro: 26,6%
– Partido Radical-Democrático: 17,3%
– Partido Democrata-Cristão: 14,4%
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