“Quinta Suíça” participa do sistema de voto eletrônico
Suíços do estrangeiro participam pela primeira vez de um plebiscito através de voto eletrônico. O teste ocorreu nas votações do último final de semana.
O projeto-piloto através do chamado “E-Voting” foi executado nos cantões de Zurique e Neuchâtel. Porém apenas em Neuchâtel foi possível a participação de suíços do estrangeiro.
“Essa novidade é um grande progresso no desenvolvimento do voto eletrônico. Nós saudamos esse passo”, declara Rudolf Wyder, diretor da Organização dos Suíços do Estrangeiro (ASO, na sigla em alemão).
A ASO está engajada há anos na introdução de sistemas de urnas eletrônicas, sobretudo pelo fato desta tecnologia possibilitar o aumento da influência política dessa comunidade nos assuntos internos do país. Cerca de 80% dos suíços do estrangeiro dispõem de acesso à Internet.
Projeto piloto bem sucedido
Os dois testes com o voto eletrônico nos cantões de Zurique e Neuchâtel ocorreram, como afirma a Chancelaria Federal em Berna, sem problemas.
No cantão de Zurique, o sistema foi utilizado pela quarta vez em um plebiscito ocorrido em toda a Suíça. No total, 17.777 eleitores se inscreveram para dar o seu voto através do correio ou via eletrônica. Com uma taxa de participação de 47% em Zurique, 1.209 pessoas votaram eletronicamente.
No cantão de Neuchâtel, os oito mil eleitores registrados tiveram pela sétima vez a possibilidade de votar eletronicamente ou por carta. Destas, 1.593 (33%) o fizeram por via eletrônica, sendo que 155 vivem no exterior.
Suíços do exterior votam mais claramente
Sobre o comportamento eleitoral dos suíços do estrangeiro é possível apenas avaliá-la nos cantões em que elas são contadas separadamente: Lucerna, Vaud, Genebra, Basiléia-cidade e Appenzell Innerrhoden.
“Nas duas iniciativas nacionais, nós percebemos que os suíços do estrangeiro votam da mesma maneira que os nacionais. A única diferença é que os suíços do estrangeiro recusam com muito mais clareza as propostas”, conclui Rudolf Wyder.
Concretamente: enquanto a iniciativa das naturalizações nas urnas no cantão de Lucerna foi recusada por 55,7% dos eleitores, no mesmo caso, 77,2% dos suíços do estrangeiro a recusaram.
“Já na iniciativa popular ‘Soberania do povo sem propaganda governamental’, a diferença do voto dado pelos suíços e os suíços do estrangeiro no cantão de Appenzell Innerrhoden foi a maior”, acrescenta Wyder. “Enquanto a média cantonal de recusa era de 51,7%, eram pouco mais de 75% dos suíços do estrangeiro a dizer ‘não'”.
No cantão de Genebra, os suíços do estrangeiro votaram praticamente como os seus patrícios no país. “A proporção de suíços do estrangeiro no cantão é a maior, porém a grande parte deles é de genebrinos que moram nas regiões fronteiriças e só vem à Genebra para trabalhar”.
swissinfo, Susanne Schanda
O governo suíço apresentou em fevereiro de 2002 sua estratégia de “E-Government”.
O voto eletrônico é uma das principais aspirações da Organização dos Suíços do Estrangeiro (ASO).
Os primeiros testes piloto de voto eletrônico, dos quais suíços do estrangeiro poderão participar, serão realizados em 2008.
No cantão de Neuchâtel, os suíços do estrangeiro registrados no chamado “Guichet Unique” e que vivam em algum país da União Européia ou que ratificou o acordo de Wassenaar” já podem votar eletrônicamente.
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