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Suíça sob pressão imigratória

Imigrantes clandestinos marroquinos em uma estrada, na Espanha Keystone

No encontro de cúpula de Sevilha, Espanha, no final de semana, os 15 países da União Européia devem reforçar o cerco à imigração ilegal. A Suíça, mesmo não sendo membro da UE, tem todo interesse na questão.

O número de requerentes de asilo vem diminuindo há dez anos na União Européia (UE). De 657 mil dez anos atrás, passou para 384 mil atualmente.

Política mais dura

Na Suíça acontece o contrário, passando de 17.611, em 2000, para 20.633 em 2001. A Suíça é o país europeu com maior número de pedidos de asilo por habitante. Além disso, existem cerca de 300 mil clandestinos no país.

É bem provável que os 15 países da UE adotem uma política de imigração mais restritiva. Os partidos de direita estão no governo em vários países (Espanha, Portugal, França, Itália, Dinamarca, Áustria…) e todos prometeram lutar contra a imigração. Para alguns, a questão é uma prioridade.

Na Itália, por exemplo, está em debate um projeto de lei que obrigaria os imigrantes que não são da UE, a fornecerem suas impressões digitais. Em toda parte, as contribuições sociais e o reagrupamento familiar vem sendo limitados para os imigrantes e requerentes de asilo.

Suíça negocia acordos

Em Sevilha, os países da UE querem definir uma política ainda mais dura contra a imigração. Uma das propostas é sancionar os países de origem dos fluxos migratórios que forem considerados “pouco cooperativos” na solução do problema.

Será debatida também a criação de uma policía européia de fronteiras, que atuaria também em portos e aeroportos.

O governo suíço acompanha os projetos da UE com grande interesse. A segunda rodada de negociações bilaterais com a UE vai incluir a adesão da Suíça aos acordos de Shengen (cooperação policial e judicial) e Dublin (requerentes de asilo).

Medidas repercutem nos vizinhos

O reforço da política européia contra a imigração clandestina será incluído justamente nesses acordos, daí o interesse do governo suíço.

Mesmo sem Shengen, a política migratória da UE influencia a política suíça nessa matéria. “É automático”, afirma Dominique Boillat, porta-voz da Divisão Federal de Refugiados. Ele precisa que “quando um país toma medidas mais severas, a imigração é canalizada para os países vizinhos”.

swissinfo com Barbara Speziali, em Bruxelas

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