“A Suíça está bem preparada para uma pandemia”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a gripe influenza A(H1N1) como pandemia, após confirmar quase 28 mil casos da doença em 74 países. Trata-se da primeira pandemia de gripe dos últimos 41 anos.
A Suíça, que tem 20 casos confirmados da chamada gripe suína, garante estar bem preparada para enfrentar a doença. A Secretaria Federal de Saúde cria uma linha telefônica especial para atender a população.
Até quarta-feira (10/6), haviam sido confirmados pela OMS 27.737 casos da gripe A(H1N1) em 74 países, com um total de 141 mortos. Fora do continente americano, a doença espalha-se rapidamente sobretudo na Austrália, na Grã-Bretanha e no Japão.
Na Suíça foram confirmados 20 casos até esta quinta-feira – 19 em pessoas que retornaram de viagens a regiões fortemente atingida. Uma pessoa contraiu a infecção na Suíça.
Segundo a Secretaria Federal de Saúde Pública, em Berna, “a A(H1N1) no momento não representa um risco geral à população”, mas criou uma linha telefônica nacional (031 322 21 00) para prestar informaçõs sobre a doença.
A autoridade considera críticas viagens a “regiões com elevado risco de exposição”, portanto, ao México, aos EUA, Chile, Panamá, Victoria (Austrália) ou à República Dominicana. A SFS recomenda às pessoas que estiveram nesses países a contatar um médico, caso aprensentem sintomas de gripe.
“Vírus não pode ser controlado”
“A Suíça está bem preparada. Já adaptamos nossas medidas às condições mundiais e continuamos agindo de acordo com a situação. Não serão necessárias medidas mais amplas após a declaração da fase de alerta 6”, disse à swissinfo.ch o diretor de prevenção a pandemias da Secretaria Federal da Saúde (SFS), Patrick Mathys.
Pouco antes de a OMS elevar o nível de ameaça do vírus da gripe H1N1 para o nível seis, patamar máximo da escala e que indica pandemia, Mathys declarou que “não é exagero dizer que, sob determinadas condições, o vírus continuará se propagando. A evolução mundial do número de casos indica que o vírus não pode ser controlado e que continuará avançando ao redor do mundo.”
Mathys comentou também os planos da OMS para rever seu sistema de fases de alerta. “Todo o planejamento de pandemia até agora foi orientado por acontecimentos com vírus que podem desencadear uma doença grave.”
Segundo ele, tornou-se evidente que também podem circular novos vírus da gripe, com potencial para pandemias, embora as doenças causadas por eles sejam menos graves e exijam medidas menos drásticas. “Essa é uma lição que todos os países aprenderam com os acontecimentos atuais”, disse à swissinfo.ch.
Nada de pânico
Segundo um porta-voz da OMS, a confirmação da primeira pandemia neste milênio significa apenas que o vírus se propaga geograficamente, mas não que ele esteja se tornando mais perigoso. A OMS considera o vírus um agente “brando”.
Após uma reunião de emergência de especialista em saúde da ONU, nesta quinta-feira, em Genebra, a OMS advertiu contra a criação de pânico. Nessa fase precoce, a pandemia tem força moderada, acrescentou o porta-voz da OMS.
Ele explicou que a organização mantém estreito contato com fabricantes de medicamentos contra a gripe, cuja produção deve correr a todo vapor após a declaração do nível de alerta máximo.
Corinne Buchser/Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch e agências
Segundo a OMS, há 27.737 casos confirmados em 74 países – 141 mortos.
Os países mais atingidos são os EUA (13 mil casos/27 mortos), o México (5.700/106) e o Canadá (2.400/4).
Há 20 casos da infecção confirmados na Suíça.
O governo suíço tem reservas de tamiflu para tratar um quarto da população em caso de pandemia.
Na última sexta-feira, Berna aporovou a compra de mais 40 mil caixas do medicamento como reserva de emergência adicional, para o caso de haver escassez temporária do remédio.
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.