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Petição é lançada contra o acordo comercial Suíça-Mercosul

government leaders
Líderes do Mercosul na cúpula da Organização Mundial do Comércio, em julho de 2019 Copyright 2019 The Associated Press. All Rights Reserved.

Uma petição de 65.000 pessoas foi entregue às autoridades federais de Berna exigindo o cancelamento, ou revisão significativa, do acordo comercial entre a EFTA - da qual a Suíça faz parte - e o bloco comercial do Mercosul.

A petição intitulada “Não há acordo de livre comércio entre a Suíça e o destruidor da Amazônia Bolsonaro” exige que Berna adie a assinatura do acordo recentemente anunciado entre a EFTA e o Mercosul, a menos que ele contenha disposições para sancionar violações de direitos humanos ou ambientais.

A petição foi organizada pela CampaxLink externo, uma ONG que luta por “uma sociedade solidária, uma economia sustentável e um meio ambiente intacto”, de acordo com seu site.

A Campax disse que as 65 mil assinaturas foram recolhidas em menos de uma semana.

Fazendo eco das preocupações dos agricultores suíços manifestadas há alguns dias, a Campax escreve que o acordo “aumentará as exportações brasileiras de carne bovina e soja e, assim, promoverá o desmatamento”.

“Não é apenas ecologicamente e eticamente irresponsável concluir um acordo de livre comércio com o [presidente brasileiro] Bolsonaro – também não faz sentido econômico”, diz o grupo.

A Campax argumenta que a assinatura do acordo incentivaria os hábitos destrutivos do governo Bolsonaro na Floresta Amazônica e levaria a um maior aquecimento global, cujas consequências são muito maiores para a Suíça do que os benefícios comerciais de curto prazo.

Oposição política

O acordo proposto entre os países da EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e o bloco Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) foi confirmado pelo ministro suíço da Economia, Guy Parmelin, no último sábado.

O acordo significaria que cerca de 95% das exportações suíças para a área do Mercosul estariam livres de tarifas. As barreiras técnicas ao comércio seriam abolidas e os prestadores de serviços suíços teriam acesso mais fácil aos mercados.

Embora as petições na Suíça não contenham nenhum peso legal, a iniciativa da Campax reforça outros grupos que estão insatisfeitos com o acordo.

Uma coalizão de organizações agrícolas suíças, consumidores e ONGs, conhecida como Coalizão Mercosul, disse que colocaria o acordo à prova no parlamento e que verificaria se os critérios para o bem-estar ambiental e animal, bem como para a proteção dos direitos humanos e do consumidor, foram cumpridos.

O Partido Verde disse que se oporá ao acordo no parlamento e, se não funcionar, começará a reunir as 50 mil assinaturas necessárias para forçar um referendo nacional.

Por sua vez, o Partido Socialista, o segundo maior partido no parlamento, disse na quarta-feira (28) que apoiaria o referendo do Partido Verde “a menos que sejam dadas garantias quanto à proteção efetiva da floresta tropical e dos trabalhadores no local”.

O Ministério da Economia espera convencer o parlamento a ratificar o acordo até 2021.


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swissinfo.ch/fh

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