Centenas de suíços mudam de sexo usando um processo simplificado

Desde 1º de janeiro, qualquer pessoa que queira mudar seu gênero oficial não precisa mais ir à corte na Suíça. Keystone / Robert Ghement

Centenas de pessoas na Suíça mudaram seu gênero oficial desde a introdução de um processo de registro simplificado no início do ano. Só nas grandes cidades, 350 pessoas já o fizeram.

Oitenta pessoas mudaram seu gênero em Zurique, 47 em Basiléia, 46 em Berna, 36 em Genebra e 19 em Lucerna, de acordo com uma pesquisa do jornal dominical NZZ am Sonntag. As pessoas envolvidas tinham entre 12 e 75 anos, com nove pessoas com menos de 16 anos. A proporção daqueles que trocaram de feminino para masculino era ligeiramente maior do que de masculino para feminino.

Desde 1º de janeiro, qualquer pessoa que queira mudar seu gênero oficial não precisa mais recorrer ao tribunal na Suíça. As pessoas transgênero e intersexo podem agora mudar seu primeiro nome e gênero no registro civil sem complicações burocráticas. Não há mais exames médicos ou outros pré-requisitos.

Os registros civis fizeram uma avaliação preliminar positiva da nova lei. “O objetivo era manter os obstáculos tão baixos quanto possível, e agora eles estão”, declarouLink externo Roland Peterhans, presidente da Associação Suíça de Registro Civil, em entrevistaLink externo ao NZZ am Sonntag. “Se houvesse pessoas querendo mudar seu gênero e depois voltar a mudar depois de três semanas, teríamos que rever os livros”. Mas nós não tínhamos estes casos”.

Ele também não estava ciente de nenhum abuso sistemático. “Não vimos nenhum homem mudar de sexo para se aposentar mais cedo ou para evitar o serviço militar”, disse ele. Atualmente as mulheres podem se aposentar aos 64 anos na Suíça, os homens aos 65; o serviço militar é obrigatório para os homens, opcional para as mulheres.

Peterhans disse ter lidado pessoalmente com cerca de 30 casos e ter encontrado pessoas que tinham sido registradas sob o sexo errado por muitos anos e que agora estavam felizes em poder dar este passo. “É um progresso incrível para eles que não tenham mais que se expor em tribunal”, disse ele.