Cern bate novo recorde mundial
O Grande Colisor de Hádrons (LHC) da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) bateu um novo recorde mundial de aceleração de partículas no anel de 27 km sob a fronteira da Suíça com a França, perto de Genebra.
Os pesquisadores conseguiram acelerar dois feixes de prótons a uma energia de 1,18 tera-elétrons-volts (TeV) na máquina do Big Bang, às 0h44 da madrugada desta segunda-feira (30/11), informou o Cern.
Com isso, o Cern superou em 0,2 TeV o recorde estabelecido em 2001 no acelerador Tetravon, no Centro de Física de Partículas Fermilab, em Illinois (EUA). Um TeV correspponde a 1 trilhão de elétrons-volt = 1012 elétrons-volt.
“É fantástico como o início de funcionamento do LHC transcorre sem problemas”, disse o diretor do Cern, Rolf Heuer, em um comunicado.
Ele acrescentou, porém, que ainda há muito trabalho pela frente até que se possa iniciar os experimentos. Até ele pretende “deixar a champanha na geladeira”. Os primeiros experimentos físicos estão previstos para o início de 2010.
A energia necessária para tanto é ainda muito superior ao atual recorde mundial: as primeiras colisões devem ocorrer a aproximadamente 3,5 TeV por feixe de prótons. A partir de colisões posteriores com 7 TeV por feixe, os físicos esperam fazer novas descobertas sobre a origem do universo.
O LHC, que custou quase 4 bilhões de euros, entrou em operação em 10 de setembro de 2008. Nove dias depois, uma grave pane no sistema de refrigeração levou à desativação do acelerador. O concerto demorou mais de um ano e custou 27 milhões de euros. Há dez dias, a máquina do Big Bang voltou a funcionar.
O Cern, Organização Européia para a Pesquisa Nuclear (a sigla Cern vêm do antigo nome em francês Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) foi fundado em 1954 por 12 países, inclusive a Suíça. Atualmente, conta com 20 países-membros.
Com cerca de 3.000 funcionários fixos, aproximadamente 6.500 cientistas visitantes e um orçamento de 1,1 bilhão de francos (2008), é o maior centro mundial de pesquisa na área da Física Quântica.
swissinfo.ch com agências
O LHC (Large Hadron Collider) é um túnel de 27 km de comprimento, situado a 100 m de profundidade, na fronteira da Suíça com a França.
Os cabos utilizados no LHC totalizam uma distância equivalente a 10 vezes a distância entre a Terra e o Sol.
No LHC, os prótons giram a mais de 99% da velocidade da luz. Esses prótons são extraídos do hidrogênio. Mesmo com essas velocidades, a máquina levaria um milhão de anos para “queimar” um grama de hidrogênio.
A colisão prevista na “máquina do Big Bang” gera temperaturas que podem chegar a bilhões de graus. Em uma fração de segundos, um ponto minúsculo pode ser mais quente do que uma galáxia.
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