China nega ter paralisado negociação de acordo de livre comércio com a Suíça
O Ministério do Comércio da China negou ter paralizado a atualização do acordo de livre comércio entre os dois países, como anunciado por jornais suíços.
O histórico de direitos humanos da China, em particular a forma como ela trata a minoria uigure, na sua maioria muçulmana, na região noroeste de Xinjiang, tem pressionado seu relacionamento com os países ocidentais.
A China tem negado acusações de abusos dos direitos humanos.
Os jornais suíços relataram no domingo que os esforços da Suíça para atualizar seu acordo de livre comércio com a China estagnaram enquanto Berna mantiver uma visão mais crítica do histórico de direitos humanos de Pequim.
“A situação de congelamento das negociações não existe. Ambos os lados estão mantendo uma comunicação próxima sobre isso”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio chinês, de acordo com uma declaração no site do ministério publicado na terça-feira.
O porta-voz descreveu o TLC como “de alto nível, rico em conteúdo e mutuamente benéfico” e apontou que a China é o terceiro maior parceiro comercial da Suíça, com um aumento de 97% no comércio bilateral no ano passado em comparação com o ano anterior, totalizando US$ 44 bilhões (CHF42,1 bilhões).
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Acordo de livre comércio
Um acordo bilateral de livre comércioLink externo foi assinado em 2013 e entrou em vigor no início de 2014.
A China e a Suíça disseram que em 2017 lançariam um estudo conjunto para explorar a atualização do atual TLC. Assinado em 2013, foi o primeiro acordo desse tipo com uma economia da Europa continental.
Uma iniciativa parlamentar suíça recentemente aprovada denunciou o trabalho escravo de uigures como “um problema real”.
Se as reportagens da mídia suíça sobre as conversações paralisadas forem verdadeiras, a Suíça não seria o primeiro país a repensar seus laços econômicos com a China por causa das preocupações com os direitos humanos.
A União Europeia suspendeu no ano passado a ratificação de um pacto de investimento com a China porque Pequim havia sancionado os políticos da UE em resposta às sanções ocidentais contra funcionários chineses acusados de detenção em massa de uigures muçulmanos.
Em 2020 e 2021, os Estados Unidos sancionaram as autoridades chinesas por preocupações com abusos de direitos em Xinjiang e impuseram proibições aos bens produzidos em Xinjiang por preocupações com o trabalho escravo.
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