Em um esforço para reduzir a poluição do ar e seus riscos para a saúde, as autoridades de Genebra aprovaram uma medida para proibir a passagem de veículos muito poluentes pelo centro da cidade quando a poluição atmosférica atinge certos níveis.
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Não contente de cuidar da própria vida, Susan estudou jornalismo em Boston (EUA) para ter a desculpa perfeita para se colocar no lugar e no mundo de outras pessoas. Quando não escreve, apresenta e produz podcasts e vídeos.
A proibição se aplicará a todos os veículos – suíços e estrangeiros – e será aplicada durante os alertas de smog (picos de poluição), a partir de 15 de janeiro de 2020. Genebra é o primeiro lugar na Suíça a tomar tal medida. A Alemanha e a França já introduziram uma legislação semelhante.
Qualquer veículo que pretende passar pelo centro da cidade de Genebra deve exibir um autocolante indicando o seu desempenho ambiental – em outras palavras, o seu potencial para poluir. Os autocolantes estão divididos em seis categorias, desde “cinza”, para os modelos menos ecológicos, até “verde”, para veículos elétricos e os que funcionam a hidrogênio. O mesmo sistema de classificação é usado na França, onde é conhecido como Crit’AirLink externo.
Quando os níveis de poluição estiverem altos em Genebra, as autoridades emitem um alerta, os automóveis com autocolantes cinzas serão os primeiros a serem proibidos de entrar no centro da cidade entre as 6h e as 22h. Se as condições de smog persistirem, serão aplicadas restrições às outras categorias, de forma progressiva e temporária.
Os alertas serão transmitidos nos meios de comunicação e serão criados sinais de aviso na cidade. Os motoristas que ignorarem os avisos, entrando no centro da cidade nesses dias, podem ser multados em CHF500 ($503). A partir de dezembro, os motoristas podem comprar os adesivos por CHF5 nos postos de gasolina, no departamento de trânsito de Genebra e em outras lojas.
Os veículos da polícia e dos bombeiros, os carros diplomáticos, os táxis e as vans para passageiros com deficiência estão isentos da medida.
A regra também se aplica a veículos de outros cantões e países. Os veículos profissionais têm um período de transição de dois anos para cumprir a legislação e exibir o adesivo apropriado, apresentado pelas autoridades de GenebraLink externo no início de novembro. Outros veículos particulares devem exibir o selo ambiental antes de 15 de janeiro de 2020. As primeiras multas serão dadas a partir de 1º de abril.
Com base no histórico dos boletins meteorológicos locais, as autoridades preveem que o smog deve ocorrer dois a dez dias por ano, geralmente em julho e agosto, quando a poluição atinge o seu pior momento e a proibição entra em vigor. Nos dias particularmente críticos, os transportes públicos serão gratuitos e o limite de velocidade na autoestrada em torno de Genebra será reduzido para 80 km/h. “Adotamos um meio-termo entre a liberdade econômica e o direito de respirar um ar saudável”, disse Antonio Hodgers, governador de Genebra.
Na Suíça, há mais de 4.000 mortes prematuras por ano devido à poluição do ar. Genebra tem uma densidade populacional muito maior do que outras cidades suíças. No entanto, o ar em Genebra, bem como no resto da Suíça, é comparativamente mais limpo em relação a outros grandes centros, como mostra este mapaLink externo da Organização Mundial da Saúde sobre a poluição atmosférica mundial.
Genebra é o primeiro cantão suíço a introduzir um sistema de selos ambientais deste tipo, aprovado pelos departamentos federais do meio ambiente e de transportes. Em 2018, a ex-ministra dos Transportes, Doris Leuthard, disse que, por uma questão de conformidade, ter tal sistema seria concebível “apenas a nível federal”.
A agência de Genebra do Touring Club Suisse (TCS) diz que vai recorrer contra a medida. “Essas decisões do governo [cantonal] podem muito bem ser anuladas, e estamos aguardando a decisão do Tribunal Constitucional de Genebra com confiança”, disse o presidente do TCS de Genebra, François Membrez, ao jornal Tribune de GenèveLink externo.
O especialista em trânsito do instituto de tecnologia ETH Zurich, Matthias Finger, criticou a medida de “solução rápida” na rádio pública suíça SRFLink externo, insistindo que um melhor serviço de transporte público era muito mais importante.
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