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ONU teme recrudescimento do isolacionismo na Suíça

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Há receios de que a Suíça esteja se distanciando das antigas políticas de desenvolvimento sustentável © Keystone / Anthony Anex

Um alto funcionário da ONU advertiu que as novas políticas suíças de cooperação internacional podem "colidir com algumas das suas obrigações no âmbito da agenda de desenvolvimento sustentável para 2030".

O Relator Especial da ONU sobre o direito ao desenvolvimento, Saad Alfarargi, deu sua opinião sobre as metas declaradas pela Suíça nesta área para o período de 2021-2024. A Suíça planeja racionalizar sua cooperação internacional com algumas mudanças de prioridade.

Mas durante uma visita à Suíça na quarta-feira (2), Alfarargi expressou receios de que a nova política apresentada possa criar uma divisão entre as metas de desenvolvimento suíças e globais.

“Estou preocupado que esses novos critérios mostrem uma mudança nas prioridades da Suíça. Essa mudança tem o potencial de contradizer os compromissos internacionais da Suíça no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse.

“Também é preocupante que o governo esteja planejando reduzir sua taxa de ajuda ao desenvolvimento entre 2021 e 2024. Faço um apelo à Suíça para que honre o seu compromisso de destinar 0,7% do seu produto nacional bruto à ajuda ao desenvolvimento”. Alfarargi disse que isso está em desacordo com a “excelente reputação” da Suíça na cooperação internacional.

Em abril, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) criticou as novas metas de cooperação internacional da Suíça por se concentrar demais em limitar a migração.

Alfarargi estava no final de uma visita de dez dias à Suíça para aprender mais sobre como a nação alpina aplica sua política de desenvolvimento internamente. Ele elogiou o histórico da Suíça de integração de jovens migrantes e refugiados no sistema educacional e as iniciativas destinadas a reduzir a desigualdade salarial de gênero.

Mas ele disse que mais poderia ser feito para integrar crianças com deficiência no sistema educacional e observou que poucas mulheres podem ser encontradas nos cargos de gestão das empresas suíças.

swissinfo.ch/fh

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