O Comitê Internacional da Cruz Vermelha procura manter seu trabalho no Afeganistão, especialmente no setor da saúde. Muitas pessoas foram feridas e traumatizadas durante o conflito.
Copyright 2021 The Associated Press. All Rights Reserved.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) quer dialogar com os talibãs para poder manter seus projetos humanitários no Afeganistão, declarou o presidente da organização, Peter Maurer.
Este conteúdo foi publicado em
3 minutos
SRF/jc
English
en
ICRC counts on dialogue with Taliban in Afghanistan
original
“Espero que possamos negociar um acesso humanitário com os talibãs que nos permita servir melhor a população, mas não descarto que haja dificuldades”, declarou Maurer durante uma entrevista à televisão pública suíça SRFLink externo, ao retornar do Afeganistão após uma visita de três dias. “Há diferentes correntes internas. Existem grupos ainda mais radicais que o Talibã”.
O CICV tem a vantagem de já ter tido contato com Talibã anteriormente, disse Maurer. “Através de nosso mandato, visitamos praticamente todos os líderes talibãs na prisão. Muitos deles passaram anos detentos em Guantánamo ou Bagram”, ressaltou e completou. “Isso mostrou às liderança talibãs que o CICV é um ator confiável, com o qual é possível dialogarö. Mas eu não quero minimizar os problemas que ainda podem surgir.”
Maurer observou que a organização internacional tentaria continuar seus programas, especialmente no setor da saúde, onde opera em mais de 80 hospitais. Enfatizou que as necessidades eram grandes em um país pobre onde “a miséria está associada aos efeitos da guerra”.
“Fiquei surpreso com a normalidade da vida”, afirmou Maurer, se referindo ao comércio aberto em Cabul e outras cidades que visitou. Mas também citou longas filas fora dos bancos fechados e depoimentos de pessoas traumatizadas. “Não há um único funcionário local do CICV no Afeganistão que não tenha perdido alguém nesta guerra e que não tenha tido alguém ferido.”
Campanha de arrecadação de fundos para o Afeganistão
A Fundação Suíça de Solidariedade, plataforma suíça de solidariedade humanitária e coleta de fundos, está coletando doações para ajudar as vítimas da crise do Afeganistão.
Doações com a menção ” Afghanistan” podem ser feitas online pelo site www.glueckskette.chLink externo ou por e-banking para o número de conta IBAN CH82 0900 0000 1001 5000 6.
A Solidariedade SuíçaLink externo é a plataforma suíça de solidariedade humanitária e coleta de fundos e é apoiada pela SRG SSR, à qual SWI swissinfo.ch também pertence. A fundação também trabalha com a mídia privada e empresas.
ONU solicita diálogo
Ao mesmo tempo, o secretário-geral das Nações Unidas apelou para o diálogo entre a comunidade internacional e o Talibã. Antonio Guterres advertiu que um “colapso econômico” com a possível morte de milhões de pessoas deve ser evitado a todo custo.
“Devemos dialogar com o Talibã, no qual afirmamos nossos princípios diretamente, um diálogo com um senso de solidariedade com o povo afegão”, enfatizou frente à agência AFP. “Nosso dever é estender nossa solidariedade a um povo que sofre muito. Onde milhões correm o risco de passar fome”.
Mostrar mais
Opinião
Mostrar mais
Por que o CICV permanecerá no Afeganistão?
Este conteúdo foi publicado em
Os acontecimentos mais recentes no Afeganistão atraíram a atenção do mundo. Muitas dessas cenas trazem consigo uma sensação de desolação.
Qual é o impacto das mídia sociais no debate democrático?
As redes sociais moldam o debate democrático, mas até que ponto garantem um espaço realmente livre? Com moderação flexível e algoritmos guiados pelo lucro, o discurso se polariza. Como isso afeta você?
População suíça pode chegar a 10,5 milhões até 2055
Este conteúdo foi publicado em
A população suíça deverá crescer para 10,5 milhões até 2055, principalmente devido à imigração, de acordo com a última previsão do Departamento Federal de Estatística.
Suíços apresentam bolo de casamento robótico inovador
Este conteúdo foi publicado em
Confeiteiros e pesquisadores da Suíça e da Itália criaram um bolo de casamento comestível controlado por um robô, o “RoboCake”.
Um em cada seis lares suíços está exposto a riscos naturais
Este conteúdo foi publicado em
Uma em cada seis residências na Suíça está localizada em uma zona ameaçada por riscos naturais, segundo revelou um novo estudo do Zürcher Kantonalbank (ZKB).
‘Tarifaço’: Suíça começa a correr atrás do prejuízo
Este conteúdo foi publicado em
O ministro da Economia da Suíça, Guy Parmelin, conversou com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, sobre relações comerciais e tarifas na segunda-feira.
Alimentação não saudável contribui para doenças na Suíça
Este conteúdo foi publicado em
Na Suíça, 2,2 milhões de pessoas são afetadas por doenças não transmissíveis, em parte porque as pessoas não estão tendo uma dieta equilibrada.
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.
Consulte Mais informação
Mostrar mais
Pós 11.09: quando o mundo se tornou uma “zona livre de direitos humanos
Este conteúdo foi publicado em
Quais foram as conseqüências das campanhas internacionais de combate ao terrorismo, em particular para os direitos humanos?
Chegada de refugiados do Afeganistão divide a Suíça
Este conteúdo foi publicado em
Após a tomada do poder pelo Talibã, a Suíça não tem planos de acolher mais refugiados afegãos, apesar dos crescentes apelos para isso.
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.