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Candidatas mulheres eleitas ao governo suíço

Viola Amherd (esquerda) e Karin Keller-Sutter
Viola Amherd (esquerda) e Karin Keller-Sutter são as oitava e nona ministras do sexo feminino Keystone

Viola Amherd e Karin Keller-Sutter foram escolhidas pelo parlamento para se juntar ao executivo suíço composto de sete ministros, o Conselho Federal.

AmherdLink externo, membra do Partido Democrata Cristão (PDC), de centro, substitui a colega de partido, Doris Leuthard, que deixa o governo suíço no final do mês, após 12 anos no poder.

A Assembleia Federal – os 200 membros da Câmara dos Deputados e os 46 membros do Senado – também preferiu outra mulher, a senadora do Partido Liberal-Radical Karin Keller-SutterLink externo, para substituir Johann Schneider-Ammann, também do mesmo partido de centro-direita, que se aposenta depois de oito anos no governo.

Amherd, advogada de 56 anos do cantão do Valais, no sudoeste da Suíça, é deputada federal desde 2005. Ela derrotou a colega de partido, Heidi Z’graggen, ao receber 148 dos 240 votos na primeira rodada de votação. Amherd é a oitava mulher a se tornar ministra de Estado do país alpino.

Em seu discurso de aceitação, Amherd disse que iria realizar seu trabalho com humildade e sinceridade e se concentrar em trabalhar com seus colegas como uma unidade para encontrar soluções eficientes e pragmáticas.

“A fim de encontrar soluções duradouras, eu preciso do apoio de vocês”, disse, pedindo que os parlamentares tratem uns aos outros com respeito. “Vamos trabalhar juntos para o futuro do nosso país”.

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Sem surpresas

Não houve surpresas com a nomeação de Keller-Sutter, que já era dada claramente como favorita sobre o colega de partido, Hans WickiLink externo. A senadora de 54 anos do cantão de St. Gallen (nordeste) recebeu 154 dos 237 votos expressos.

Presidente do Senado suíço, Keller-Sutter se candidatou a uma posição ministerial em 2010, mas perdeu para Schneider-Ammann. Antes de sua carreira política, ela trabalhou como intérprete e professora de escola secundária.

Em seu discurso de aceitação, Keller-Sutter concordou com Amherd que a cooperação era o caminho a percorrer. “No nosso país, uma pessoa tem apenas uma influência limitada – e tempo limitado. Se quisermos encontrar soluções, só podemos fazer isso juntos”, disse.

Keller-Sutter também comentou sobre o fraco histórico do Partido Liberal-Radical com as mulheres no governo: Elisabeth Kopp, a primeira mulher a fazer parte do governo suíço, entre 1984 a 1989, era até agora a única representante feminina do partido em nível federal.

“Com a minha eleição, um capítulo espinhoso para as mulheres liberais-radicais foi encerrado. Depois de uma ausência no governo de quase 30 anos, tenho a honra de ser conselheira federal. Eu acredito que as coisas podem agora voltar ao normal”, declarou.

‘Símbolo forte’

A eleição de duas mulheres em um dia para o Conselho FederalLink externo é um “símbolo forte”, disse Nenad Stojanovic, cientista político da Universidade de Genebra, para swissinfo.ch. Embora as mulheres tivessem conseguido o direito de voto na Suíça só em 1971, sete delas ocuparam o corpo executivo desde 1848, enquanto 117 homens ocuparam o cargo.

A dupla se juntará a Simonetta Sommaruga para fazer um total de três mulheres entre os sete ministros do Conselho Federal, uma proporção que catapulta a Suíça para os dez principais governos do mundo com uma representação igualitária. O parlamento, porém, permanece em grande parte masculino, especialmente no Senado, onde apenas 15% dos membros são mulheres.

De acordo com algumas interpretações, o fato de que os democratas cristãos e os liberais-radicais empurraram as candidatas também poderia ajudar a elevar seus perfis partidários para as eleições nacionais em 2019. Os primeiros esperam mitigar as perdas nos últimos anos, os últimos consolidar ganhos para tentar se tornar o segundo maior partido do país.

No que diz respeito à composição do novo Conselho Federal, que se reunirá pela primeira vez no início de 2019, Stojanovic diz que as eleições de quarta-feira contribuem para uma guinada para a direita. Keller-Sutter, liberal conservadora, consolida o número de ministros à direita ou centro-direita em quatro, enquanto três são figuras de esquerda, ou centristas.

Se isso terá impacto em determinadas questões centrais é incerto. Todas as relações importantes com a União Europeia – o governo está atualmente formulando sua posição sobre um acordo-quadro contencioso – são improváveis de mudar, já que essa agenda é geralmente decidida por Bruxelas, diz Stojanovic.

Com relação às diferentes pastas, os ministros de saída Leuthard e Schneider-Ammann estão deixando para trás os departamentos de energia/meio ambiente/transportes/comunicações e economia, respectivamente. Ainda não está claro quais ministérios as duas novas conselheiras federais herdarão.

Adaptação: Fernando Hirschy

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