Extremistas de direita suíços aproveitam pandemia para sair do armário
Grupos de extrema-direita e extremistas na Suíça estão cada vez mais tentando usar os movimentos de protesto contra as medidas de combate à Covid para promover suas próprias visões políticas.
Especialistas dizem que os extremistas têm liderado abertamente manifestações anti-Covid, buscando visibilidade em público, aproveitando-se de uma aparente falta de liderança.
“Eles querem ganhar atenção na sociedade e ser politicamente mais relevantes”, disse o especialista Hans Stutz à rádio pública SRF. Ele se refere especialmente a um protesto na capital Berna no mês passado.
Ele acrescentou que os grupos de extrema-direita na Suíça faziam parte de uma vasta rede europeia e tinham tentado seguir o exemplo dos grupos extremistas nas vizinhas Alemanha e Áustria.
Os movimentos antivacinas sofreram um revés quando uma maioria de eleitores suíços endossou a política de saúde do governo e do parlamento em novembro passado.
A derrota levou a conflitos internos e divisões entre alguns grupos, segundo relatos.
A SRF disse que nenhum dos grupos de protesto contra as medidas de combate à Covid se distanciou abertamente dos ativistas de extrema-direita.
Radicalização
Enquanto isso, um dos grupos de extrema-direita mais destacados da Suíça, o PNOS, decidiu cessar suas atividades.
O Partido Nacionalista Suíço disse que as restrições do governo à aglomeração pública durante a epidemia foram um fator para o desaparecimento do partido.
O grupo foi fundado em 2000 e esteve representado em duas assembleias e governos locais por alguns anos.
O Serviço Federal de Inteligência está preocupado com as mudanças no cenário político de extrema direita, de acordo com uma reportagem da edição de sábado do jornal suíço Neue Zürcher Zeitung.
Especialistas também argumentam que a falta de estruturas partidárias poderia levar a uma maior radicalização.
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