Os suíços acabaram aprovando nas urnas a nova lei energética que visa promover a energia renovável, proibir novas usinas nucleares e reduzir o consumo de energia no país.
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Suíço-brasileiro formado em jornalismo e comunicação social pela Universidade de Friburgo, Suíça. Ex-colaborador da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI), que deu origem à swissinfo.ch.
Embora a Estratégia Energética 2050 tenha sido aprovada pelo parlamento no ano passado, ela acabou sendo levada a referendo pelo partido do povo suíço (SVP, na sigla em alemão), o maior partido da Suíça, que recebeu apoio de parte da comunidade empresarial suíça e de alguns grupos ambientalistas.
A estratégia prevê a transição gradual para um fornecimento de energia que não seja atômica. O governo iniciou a mudança da política energética após o acidente nuclear de 2011 em Fukushima, no Japão.
Os favoráveis a nova lei dizem que ela tornará a Suíça menos dependente das importações de energia, mantendo seu padrão elevado de fornecimento. Eles argumentam que ela também ajudará a reduzir o impacto ambiental na Suíça relacionado à produção energética.
A estratégia energética tem como objetivo aumentar a produção de energia solar, eólica, de biomassa e geotérmica e fornece subsídios adicionais para as companhias hidrelétricas deficitárias. A energia nuclear será eliminada gradualmente, começando em 2019. Os cinco reatores do país serão desativados assim que forem considerados obsoletos pelo órgão de segurança nuclear.
A energia nuclear é responsável por cerca de 38% da energia produzida na Suíça.
Campanha turbulenta
Mas os adversários alertaram sobre uma potencial escassez de energia no país e um aumento da burocracia, sem falar do aumento dos custos para os consumidores.
Durante a campanha para a votação de hoje, ambas as partes acusaram-se mutuamente de apresentarem valores enganosos sobre o preço que uma família média terá que pagar com a estratégia energética, variando de um aumento de 40 a 3200 francos por ano.
As últimas pesquisas de opinião já previam que a lei conquistaria a maioria, mas revelavam um apoio decrescente para as reformas. Os pesquisadores disseram que muitos cidadãos estavam cada vez mais intrigados e irritados com a agitação de diferentes questões energéticas – muitas vezes difíceis de verificar – que foram apresentadas pelos adversários. Veja no gráfico abaixo os resultados finais, cantão por cantão.
É a oitava vez na história que os suíços têm a palavra final sobre a energia nuclear em uma votação nacional.
Em novembro passado, pouco mais de 54% dos eleitores rejeitaram uma proposta de limitar a vida útil das usinas nucleares a 45 anos. Isso significaria o fim da produção de energia nuclear até 2029.
A questão provavelmente permanecerá na agenda política. O Parlamento deverá agora considerar a introdução de impostos especiais sobre o clima e a eletricidade como parte de uma segunda fase da reforma energética.
Na semana passada, uma comissão de cidadãos começou a coletar assinaturas para uma proposta de proibição da produção de energia nuclear, bem como a participação financeira em tais usinas no exterior que exportam sua produção para a Suíça.
Os ativistas têm 18 meses para coletar pelo menos 100 mil assinaturas para forçar uma votação nacional.
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História atômica
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A primeira usina atômica da Suíça, Beznau 1, entrou em serviço em 1969. A nova tecnologia foi elogiada no início, mas logo começou a ser formada uma oposição. Em março de 2011, o governo anunciou a intenção de substituir gradualmente a energia nuclear, que fornece atualmente 39% da produção energética da Suíça. (SF/swissinfo.ch)
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