O governo suíço rejeita a iniciativa Rasa ("Vamos sair do impasse"), que propõe aos suíços cancelar o artigo constitucional sobre a imigração em massa. O Conselho Federal decidiu na quarta-feira combater a iniciativa com um contra-projeto cujo conteúdo será definido apenas no próximo ano.
Este conteúdo foi publicado em
3 minutos
swissinfo.ch com agências
Deutsch
de
Bundesrat will Zuwanderungs-Artikel nicht streichen
original
O governo suíço quer esperar até que o Parlamento aprove uma resolução para implementar a iniciativa “contra a imigração em massa”, aprovada por uma pequena maioria dos cidadãos em 9 de fevereiro de 2014. Como os iniciadores, ele acredita que a Suíça precisa manter uma relação estável e favorável com a União Europeia e que a manutenção dos acordos bilaterais é essencial.
Por razões relacionadas ao funcionamento democrático, o Conselho Federal se diz contrário a voltar atrás ao resultado de uma votação após um período de tempo tão curto. O governo recomendou, portanto, que a iniciativa fosse rejeitada.
A revogação do novo artigo constitucional resolveria o conflito fundamental entre as disposições em matéria de imigração e o acordo sobre a livre circulação de pessoas, mas iria cancelar o mandato que o povo e os cantões (estados) deram ao Conselho Federal de gerir e limitar a imigração.
Ganhar tempo
A decisão permite ao governo ganhar tempo. Se o Parlamento encontrar uma solução para implementar a iniciativa do SVP (partido do povo suíço em alemão) compatível com os acordos bilaterais, os proponentes da Rasa poderiam retirar o seu texto. O Conselho Federal vai decidir o conteúdo do seu “eventual contra-projeto” dentro do prazo legal, ou seja, até 27 de abril de 2017.
O suspense vai durar. O Conselho dos Estados (Senado) tem que decidir em dezembro e validar ou não a implementação “light” da iniciativa SVP preconizada pelo Conselho Nacional (Câmara dos Deputados). Em caso de forte imigração, o Conselho Federal pode exigir que os empregadores comuniquem as vagas disponíveis para os centros regionais de emprego, de modo que a força de trabalho residente seja informada primeiro.
Se isso não for o suficiente para conter a imigração, podem ser tomadas outras medidas, mas não sem o acordo da União Europeia no caso de não respeitarem o acordo sobre a livre circulação. Elas teriam que obter a aprovação do comitê misto que reúne Suíça e UE.
Descontentamento
Essas garantias não impediram o desagrado europeu. Uma reunião extraordinária da Comissão Mista, convocada a pedido de embaixadores da UE, reuniu um número incomum de participantes em Bruxelas, na terça-feira. Entre os pontos criticados, o fato da Suíça poder decidir quais as medidas são contrárias ao acordo.
Bruxelas sempre se mostrou inflexível sobre a livre circulação e não quer abrir uma brecha por causa da Grã-Bretanha. O Conselho Federal acredita que a solução da Câmara pode ser compatível com o acordo. Já o SVP critica a solução por não prever contingentes e limites máximos anuais de imigração previstos agora na constituição.
Mais lidos
Mostrar mais
Política exterior
Homens ucranianos enfrentam dilemas diários na Suíça
Como evitar que a inteligência artificial seja monopolizada?
Como evitar o monopólio da IA? Com o potencial de resolver grandes problemas globais, há risco de países ricos e gigantes da tecnologia concentrarem esses benefícios. Democratizar o acesso é possível?
Você já utilizou ferramentas de inteligência artificial no trabalhho? Elas o ajudaram ou, ao contrário, causaram mais estresse, aumentaram a carga de trabalho ou até mesmo resultaram na perda do emprego?
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.
Consulte Mais informação
Mostrar mais
“Nós executamos a vontade popular”
Este conteúdo foi publicado em
O seu forte não é a comunicação e ele também não é o ministro mais popular. Todavia o Parlamento o elegeu em dezembro com excelentes resultados para o posto de presidente da Confederação Suíça. A partir de 2016, o ministro da Economia e membro do Partido Liberal-Radical presidirá o governo. Ele defende a ocupação plena…
Opiniões sobre a iniciativa popular para frear a imigração
Este conteúdo foi publicado em
A política de imigração é determinada, em parte, pelo acordo de livre circulação de pessoas firmado entre a Suíça e a União Europeia, que limita o acesso de imigrantes extracomunitários. O governo temem riscos para o acordo caso os eleitores aprovem a iniciativa nas urnas. (Julie Hunt, swissinfo.ch)
Como empresas suíças podem encontrar mão-de-obra qualificada?
Este conteúdo foi publicado em
Desde fevereiro de 2014 muitas empresas na Suíça estão preocupadas. A iniciativa “Contra a mão-de-obra estrangeiraLink externo” lançada pelo Partido do Povo Suíço (UDC, na sigla em francês) obriga, dentre outros, o governo a encontrar uma solução às restrições impostas à imigração, que devem entrar em vigor três anos após sua aprovação nas urnas. Como…
Freio à imigração: dois povos suíços, duas opiniões opostas
Este conteúdo foi publicado em
Não há agência dos Correios suíços. Não há lojas. Não há consultório médico ou até mesmo transporte público. O único restaurante está fechado por férias. A comuna de Horrenbach-Buchen está localizada no lado sombrio do vale de Zulg, ao sudoeste do Emmental, tradicional região agrícola localizada nas proximidades de Berna. Como o nome diz, são…
Este conteúdo foi publicado em
Quarta-feira (12) o governo suíço fixou um prazo até junho para apresentar um plabno de aplicação da iniciativa contra a imigração em massa, aprovada domingo em votação popular por uma diferença de 20 mil votos. O passo seguinte será a elaboração de uma lei de aplicação pelo Ministério da Justiça. O texto da iniciativa prevê um prazo de…
Este conteúdo foi publicado em
Os resultados ainda são parciais, mas as projeções indicam que 62% dos eleitores aceitaram o financiamento e a ampliação da malha ferroviária. Por outro lado, as mesmas projeções indicam que 70% dos eleitores rejeitaram uma iniciativa prevendo que as mulheres deveriam financiar elas próprias o aborto. Portanto, mantém-se a situação atual em que o seguro básico…
Este conteúdo foi publicado em
Um homem poderoso, que evoca a memória de Guilherme Tell, com uma espada nas mãos, está pronto para atacar a terrível hidra que o ameaça. Vermelha como o perigo que representa. No segundo plano está a cruz suíça e ao fundo um homem ara a terra com um cavalo e uma cidade em chamas, trágica…
Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.