Ministro da Saúde pede disciplina para temporada de esqui na contramão
Os vizinhos França, Itália e Alemanha proibiram a abertura da temporada de esqui para conter a propagação da Covid-19.
O governo suíço anunciou que as estações de esqui poderão abrir, desde que cumpram com rigorosas medidas de proteção. Também está confiante de que a vacinação poderá começar no primeiro trimestre de 2021.
“A temporada de esqui é um grande desafio. Ela requer bons planos de proteção e uma implementação rigorosa desses planos”, disse o ministro do Interior responsável pela pasta da saúde, Alain Berset, durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira. Ele advertiu que os desenvolvimentos nas próximas semanas são cruciais para manter as estações de esqui abertas.
Berset defendeu a decisão de permitir a abertura das estações de esqui suíças, dizendo que é possível imaginar que “existem diferenças entre as medidas de um país para o outro”. Ele confirmou que o governo federal está em contato regular com os países vizinhos, mas que os fechamentos do outro lado da fronteira complicam a situação na Suíça.
“Somos independentes e podemos decidir nós mesmos se deixamos as estações de esqui abertas. Mas nós sabemos o que está em jogo. A situação não deve ficar fora de controle”, disse Berset.
O governo federal está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades cantonais na implementação de medidas de proteção, o que Berset disse ser o maior desafio para manter as estações de esqui abertas durante o inverno. Ele acrescentou que, pelo que disseram os especialistas, as estações de esqui têm bons planos, mas que também é preciso deixar claro o que acontece se eles não funcionarem.
Estratégia suíça
A situação da Covid-19 na Suíça melhorou na última semana, mas as hospitalizações e mortes continuam altas. “Os números vêm caindo há três semanas, e as medidas tomadas pelas autoridades estão produzindo efeito, graças em parte à disciplina da população”, disse Berset.
O ministro da saúde caracterizou a estratégia suíça como uma mistura de autodisciplina, responsabilidade pessoal e senso comum. “Podemos continuar a viver – não há toque de recolher [e] nenhum confinamento como em outros países”.
No final de outubro, o governo introduziu restrições, incluindo uma exigência de máscara em todo o país em áreas internas, em meio a novas infecções diárias que superaram 10.000. Na quinta-feira, o país relatou pouco mais de 4.000 novos casos nas 24 horas anteriores. No entanto, a situação varia entre os cantões.
Berset fez um apelo à população suíça para permanecer disciplinada com a chegada do período de compras e festas, especialmente porque temperaturas mais frias significam passar mais tempo em ambientes fechados. A redução do número de casos é fundamental para permitir o rastreamento de contatos.
“Você não pode imaginar que a situação tenha ficado para trás com as festas à nossa frente”, disse Berset.
Progresso nas vacinas
O governo espera que seja possível iniciar as vacinações na primeira parte de 2021. A vacina deve ser gratuita para a população, mas Berset confirmou que não haverá vacinação obrigatória.
Virginie Masserey, responsável dos programas de controle de infecções e vacinação do Ministério da Saúde, disse que atualmente não há dados suficientes sobre a imunidade a longo prazo dos candidatos à vacina para dizer qual a proporção da população que precisa ser vacinada. Espera-se que a prioridade sejam os idosos e outros grupos de alto risco.
O governo tem enfrentado críticas sobre o ritmo mais lento que outros países para disponibilizar uma vacina. Berset reiterou que não irá comprometer a segurança.
Uma vez aprovada uma vacina, Berset prevê “o maior desafio logístico na área da saúde de todos os tempos”. Os cantões seriam responsáveis por garantir que a população possa ser vacinada o mais rápido possível.
Ele acrescentou que é pouco provável que grandes volumes de uma vacina estejam disponíveis até a primavera.
Até agora, a Suíça finalizou contratos com Moderna e AstraZeneca, se as vacinas dessas empresas se mostrarem eficazes e seguras. O país tinha uma reserva vinculativa com a Pfizer/BioNtech, mas os detalhes finais ainda estão em discussão.
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