Mulheres vão comandar a Suíça em 2010
Pela primeira vez na longa história suíça, três mulheres ocuparão os principais cargos políticos do país.
A presidência da Suíça, exercida alternadamente por um dos sete ministros, cabe à ministra da Economia, Doris Leuthard. Outras duas mulheres já ocupam há uma semana as presidências da Câmara e do Senado.
As mulheres obtiveram tardiamente, somente em 1971, o direito de voto e de elegibilidade, mas começam a recuperar o terreno perdido. De fato, desde a criação da chamada Suíça Moderna, cujas instituições funcionam até hoje, pela primeira vez o país será politicamente comandado por três mulheres.
A ministra da Economia, Doris Leuthard será a presidente do país em 2010. Ela foi eleita pelo Parlamento quarta-feira (02/12) no sistema rotativo em vigor^para suceder no cargo o ministro das Finanças, Hans-Rudolf Merz.
Primeira presidência
Membro do Partido Democrata Cristão (PDC, centro-direita) esta será a primeira presidência de Leuthard, no governo desde maio de 2006. Aos 46 anos, ela erá também a mais jovem presidente da Suíça desde Marcel Pilet-Golaz, em 1934.
Analistas políticos que a acompanham de perto, como do jornal Le Temps dizem que Leuthard é brilhante, charmosa, competente, curiosa e cultivada, mas que lhe falta ainda maior envergadura política e uma visão clara do mundo.
Em 23 de novembro foram eleitas, também pelo Parlamento, as presidentes da Câmara, Pascale Bruderer, do Partido Socialista (PS) e do Senado, Erika Forster, do Partido Radical Democrático (PRD).
A participação das mulheres na política na Suíça aumenta de maneira lenta e regular desde 1971 (ano em que obtiveram o direito de voto e de elegibilidade), precisa Madelaine Schneider, da Divisão Federal de Estatísticas (OFS).
Atualmente, entre os 200 deputados federais, 29,5% são mulheres, uma das maiores participações feministas da Europa. No senado suíço a proporção é de 19%.
Nas assembleias legislativas (parlamentos cantonais), a proporção de mulheres varia muito de um estado a outro. Vai de 30% em Zurique em Basileia a 11% no Ticino (sul, de língua italiana).
A maior problema que as mulheres enfrentam para entrar em política na Suíça é a dificuldade em conciliar vida familiar, vida profissional e carreira política. Foi o resultado da última pesquisa feita sobre o assunto, em 2004.
Escandinavas lideram
Se a média de participação das mulheres em política na Suíça é superior à da França (18%), ainda é muito inferior à dos países escandinavos. A Suécia, por exemplo, tem 47% e a Finlândia 41,5%.
Na Suíça, portanto, além do fato inédito dos três principais cargos políticos do país serem ocupados por mulheres, em 2010, cabe ainda lembrar que o governo federal tem atualmente três mulheres entre os sete ministros, fato também inédito. Além da ministra da Economia e presidente em 2010 Doris Leuthard, a ministra da Justiça e Polícia, Eveline Widmer-Schlumpf e a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey.
Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch
A função de presidente da Suíça é assumida, de maneira alternada por cada um dos membros dos sete membros do Executivo Federal, que ocupam os ministérios, de acordo o tempo de serviço.
O mandato presidencial de um ano não comporta competências e poderes particulares em relação aos outros seis ministros.
O (ou a) presidente dirige as reuniões do governo e assume principalmente funções de representação do país em recepções, conferências ou outras manifestações.
Os últimos presidentes que exerceram foram Samuel Schmid (2005), Moritz Leuenberger (2006), Micheline Calmy-Rey (2007), Pascal Couchepin (2008) e Hans-Rudolf Merz (2009).
Em 2010, a presidente será a ministra da Economia, Doris Leuthard, do Partido Democrata Cristão (PDC) e o vice-presidente será o ministro dos Transportes, Comunicações, Energia e Meio Ambiente, Moritz Leuenberger, do Partido Socialista (PS).
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