Uma campanha de cartazes lançada quatro semanas antes de uma votação para tornar a cidadania suíça mais fácil para os imigrantes gerou polêmica ao associar uma mulher de burca com o slogan “Naturalização descontrolada? Não à naturalização facilitada".
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swissinfo.ch/fh
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Controversial poster launched against naturalisation
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O cartaz é a mais recente criação da agência de publicidade suíça Goal, responsável por outras campanhas de propaganda contra estrangeiros e muçulmanos financiadas pelo Partido do Povo Suíço (SVP, na sigla em alemão). A imagem mais conhecida da agência é a de uma ovelha branca expulsando com um coice uma ovelha negra de uma bandeira suíça, usada em uma campanha para a deportação de criminosos estrangeiros.
O jornal inglês “Financial Times” recentemente apelidou o chefe da Goal, Alexander Segert, de “guru publicitário da nova direita europeia”.
Em uma entrevista com o jornal, Segert defendeu o trabalho da agência. “As campanhas mais controversas que fizemos para o SVP levaram a uma participação muito maior dos eleitores. É muito melhor que as pessoas fiquem vermelhas de raiva e vão votar do que calmas sem sair de casa”, disse.
A campanha de cartazes mais recente poderia inflamar o que tem sido um debate relativamente tranquilo sobre a questão dos procedimentos de naturalização simplificados para os chamados estrangeiros de terceira geração. Os suíços vão decidir a questão em 12 de fevereiro.
O cartaz foi encomendado por um comitê contra a iniciativa encabeçado pelo parlamentar Andreas Glarner, do SVP. “A burca é um símbolo da falta de integração”, disse ao jornal “20 Minutes” na segunda-feira. “A radicalização pode ser observada até nos jovens muçulmanos que nasceram aqui.”
Os apoiantes da iniciativa chamaram o novo cartaz de “campanha suja”.
“A burca não tem nada a ver com as pessoas que poderiam se beneficiar da naturalização facilitada”, disse Rosmarie Quadranti, do Partido Democrático Cristão (PDC), ao jornal 20 Minutes.
Para o SVP, facilitar o processo de obtenção da cidadania suíça poderia encorajar netos de pessoas mal integradas na sociedade – até mesmo jihadistas – a se candidatarem à nacionalidade suíça. Sobre o assunto, o partido suíço – o maior do país – está lutando não só contra o governo, mas também contra todos os outros partidos políticos importantes, os cantões, as cidades e a comunidade empresarial.
Estima-se que 24.600 estrangeiros poderiam atualmente pedir o passaporte suíço pelo procedimento simplificado, mas segundo os especialistas apenas uma minoria deles se interessa em se tornar suíço.
Votações sobre a cidadania são geralmente muito emocionais na Suíça. Três propostas anteriores para facilitar a naturalização fracassaram nos últimos 35 anos.
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