Negociações de paz podem incluir criminosos de guerra
Heidi Tagliavini, uma ex-diplomata suíça na Rússia, diz que é crucial negociar até mesmo com criminosos de guerra para tentar acabar com os conflitos armados.
Tagliavini, que também foi negociadora sênior da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), disse que durante seus 20 anos de carreira como diplomata suíça ela negociou várias vezes com pessoas que “tinham sangue nas mãos”.
Em alguns casos, era possível apelar para a consciência delas mesmo que a princípio parecessem não ter moral, disse ela em uma entrevista publicada nos jornais do grupo Tamedia na quarta-feira.
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Isso permitiu ter um “pé na porta”, acrescentou ela. Ela se referiu à sua experiência em conflitos na Chechênia, Geórgia e Ucrânia.
Perguntada se o presidente russo, Vladimir Putin, é uma pessoa simpática, ela disse que todas as pessoas devem ser medidas por suas ações e que ele parecia “muito controlado” quando ela o conheceu em várias ocasiões durante sua carreira diplomática entre 1982 e 2015.
Tagliavini também explicou que é um costume diplomático cumprimentar os parceiros de negociação com um sorriso, mas acrescentou que fotografias públicas de tais reuniões são muitas vezes mal lidas pelo público.
Nos últimos meses, fotografias de imprensa de reuniões entre os principais diplomatas russos e o ministro suíço das Relações Exteriores e o chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), liderado pela Suíça, respectivamente, suscitaram críticas públicas.
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